Segundo ela, "como tantos outros pais de crianças negras, o ato inocente de tirar a carteira de motorista coloca medo em nossos corações".
Michelle Obama é casada com Barack Obama. Ela foi primeira-dama dos Estados Unidos durante os dois mandatos do marido (2009-2017).
Suas declarações foram feitas ao programa CBS This Morning, da emissora americana CBS, à luz do veredito do ex-policial Derek Chauvin e dos protestos do movimento Black Lives Matter (BLM).
Chauvin foi condenado por homicídio no episódio de prisão e morte de George Floyd em 25 de maio de 2020. O agora ex-policial pressionou o joelho contra o pescoço de Floyd, um homem negro de 46 anos que estava algemado, por mais de nove minutos. Floyd havia sido acusado de uma nota falsa de US$ 20 para comprar cigarros em um supermercado.
A morte de Floyd, gravada em vídeo, gerou protestos contra o racismo e a brutalidade policial em muitas cidades dos Estados Unidos e ao redor do mundo.
Chauvin foi demitido do cargo e preso. Ele foi a júri popular no fim de abril deste ano, e os jurados o consideraram culpado pelo crime. Seus advogados recorreram da decisão e solicitaram novo julgamento.
"Sabemos que, enquanto todos estamos respirando aliviados pelo veredito, ainda há trabalho a ser feito. Não podemos dizer: 'Ótimo, isso aconteceu, vamos seguir em frente", disse Michelle.
Na opinião da ex-primeira-dama dos EUA, "as pessoas na comunidade negra não se sentem assim".
"Muitos de nós ainda vivemos com medo, quando vamos ao supermercado, ou nos preocupamos em passear com nossos cachorros ou ao permitir a nossos filhos tirar carteira de motorista", completou.
Questionada se suas filhas, Malia e Sasha, estão dirigindo, Michelle falou sobre sua apreensão como mãe: "Elas estão dirigindo. Mas todas as vezes que elas entram em um carro sozinhas, me preocupo sobre qual suposição está sendo feita por alguém que não sabe tudo sobre elas."
"Eu, como tantos outros pais de crianças negras…o ato inocente de tirar a carteira de motorista coloca medo em nossos corações".
Segundo Michelle, "temos que falar mais sobre isso, temos que pedir para as pessoas ouvir mais e para acreditar em nós e para saber que não queremos ficar do lado de fora protestando".
"Todas esses garotos do Black Lives Matter gostariam de não ter que se preocupar com isso. Eles estão indo às ruas porque precisam. Eles estão querendo fazer as pessoas entender que nós somos cidadãos".
"E o medo que muitos têm de muitos de nós é irracional e é baseado em uma história que é triste, é sombria e é hora de nós avançarmos".
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