Quase 100 palestinos ficaram feridos no sábado (8/5), após uma segunda noite de confrontos com a polícia israelense em Jerusalém.
De acordo com a ONG Crescente Vermelho, pelo menos 80 palestinos ficaram feridos e 14 foram levados ao hospital.
A esse número, somam-se os outros 200 feridos de sexta-feira (6/5).
Israel, por sua vez, informou que um soldado foi ferido no sábado e outros 17 na noite anterior.
Mas o que há por trás dessa nova onda de confrontos entre palestinos e Israel?
Os protestos explodiram na sexta-feira depois que um grupo de palestinos foi impedido de entrar no complexo da mesquita Al-Aqsa em Jerusalém, um dos locais mais reverenciados pelo islamismo, no dia mais sagrado para o Islã.
Leia Mais
A desconhecida ação judicial com que advogado negro libertou 217 escravizados no século 19As milhares de vagas de emprego sem candidatos nos EUAComo foi a reentrada de foguete chinês descontrolado, que caiu no Oceano ÍndicoRejeição de 70 milhões de doses da Pfizer por gestão Bolsonaro será novo foco da CPI da CovidPrimo da Rainha Elizabeth 2ª, príncipe é acusado de oferecer acesso a Putin em troca de dinheiro
Mas especialistas observam que a espiral de violência deste fim de semana está entre as piores dos últimos anos.
Segundo a imprensa local, as tensões aumentaram devido às ameaças de novos despejos de palestinos de terras reivindicadas por colonos judeus.
Na noite de sábado (8/5), os manifestantes atiraram pedras contra a polícia e incendiaram o Portão de Damasco, na Cidade Velha, ao que policiais reagiram atirando granadas de gás lacrimogênio e usando canhões de água.
Em nota, negociadores do chamado Quarteto do Oriente Médio (também chamado de Quarteto de Madrid) - Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU - expressaram "profunda preocupação" com a nova espiral de violência.
O Crescente Vermelho abriu um hospital de campanha para cuidar dos feridos.
Fim do Ramadã
Os protestos estouraram na noite de sexta-feira depois que milhares de pessoas se reuniram nas proximidades da mesquita para observar a última sexta-feira do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.
A polícia israelense disse que usou a força para "restaurar a ordem" devido aos "distúrbios de milhares de fiéis" após as orações noturnas.
Um funcionário pediu calma nos alto-falantes da mesquita. "A polícia deve parar imediatamente de atirar granadas contra os fiéis, e os jovens devem se acalmar e ficar quietos!", disse ele, citado pela agência de notícias Reuters.
O serviço de emergência do Crescente Vermelho Palestino disse que 88 dos palestinos feridos foram levados ao hospital após serem atingidos por balas de borracha. A polícia disse que alguns dos seis policiais feridos precisaram de tratamento médico.
Tensões aumentadas
A comunidade internacional também se posicionou pela redução da violência, à medida que as tensões cresciam com a ameaça de despejo de famílias palestinas no distrito de Shaikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
Uma porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington está "profundamente preocupado com o aumento das tensões".
O Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Oriente Médio, o diplomata norueguês Tor Vennesland, exortou todas as partes a "respeitarem o status quo dos locais sagrados na Cidade Velha de Jerusalém para o bem da paz e da estabilidade".
A ONU disse que Israel deveria suspender quaisquer despejos e empregar "o máximo de contenção no uso da força" contra os manifestantes.
Nesta segunda-feira (10/5), a Suprema Corte israelense realizará uma audiência sobre as desapropriações.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde a guerra de 1967 e considera a cidade inteira como sua capital, embora isso não seja reconhecido pela grande maioria da comunidade internacional.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a futura capital de um estado independente.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!