Adultos são mais propensos a apresentar efeitos colaterais leves e moderados após a combinação de doses das vacinas AstraZeneca-Oxford e Pfizer-BioNTech, aponta um estudo liderado pela Universidade de Oxford (Reino Unido).
Leia Mais
CPI da Covid ouve Pfizer para entender como Brasil foi para o 'fim da fila' das vacinasDoutor em engenharia espacial vende doces, um retrato do Brasil da pandemiaCovid-19: mais de 16 mil brasileiros tomaram doses trocadas da vacina contra; quais são os riscos?Não mexe no DNA nem causa câncer: entenda como a vacina da Pfizer age no corpoCovid-19: diretor do Butantan prevê vacinação lenta até setembro no BrasilTodas as reações adversas ocorreram por um período curto, e não houve nenhuma ocorrência grave relacionada à segurança da vacina.
"É uma descoberta realmente intrigante e não algo que estávamos necessariamente esperando", disse o professor Matthew Snape, do Oxford Vaccine Group.
- Os desafios da ButanVac, que vai usar 20 milhões de ovos de galinha para produzir 40 milhões de vacinas
- 6 verdades sobre as vacinas contra covid-19
O estudo Com-Cov teve início em fevereiro de 2021 com o objetivo de avaliar se a aplicação de doses de diferentes vacinas na mesma pessoa poderia conferir uma imunidade mais duradoura, uma maior proteção contra novas variantes do coronavírus ou simplesmente permitir que as unidades de saúde misturem vacinas se houver problema no fornecimento de algum fabricante específico.
Ainda não há dados conclusivos sobre essas questões, mas pesquisadores estimam que a combinação de imunizantes tenda a conferir uma imunidade maior.
Sobre a questão de facilitar o manejo dos estoques, as províncias canadenses de Ontário e Quebec disseram que planejam misturar vacinas em um futuro próximo, em meio à incerteza sobre a entrega da vacina AstraZeneca-Oxford e preocupações sobre a formação raríssima de coágulos sanguíneos como efeito colateral do imunizante.
O estudo, liderado pela Universidade de Oxford, avaliou 830 voluntários com mais de 50 anos. Espera-se que os primeiros resultados completos sejam publicados em junho.
Mas os dados preliminares já foram publicados em uma carta de pesquisa na prestigiosa revista médica Lancet.
Cerca de 10% das pessoas que receberam duas doses da AstraZeneca-Oxford (com quatro semanas de intervalo entre elas) relataram febre. Mas se elas recebem uma dose da AstraZeneca-Oxford e outra da Pfizer-BioNTech, independentemente da ordem, a proporção das pessoas que relataram febre aumentou para cerca de 34%
"As mesmas diferenças reais se aplicam a outros sintomas, como calafrios, fadiga, dor de cabeça, mal-estar e dores musculares", afirmou Snape, pesquisador-chefe do estudo.
"Isso está nos mostrando que você não gostaria de vacinar, com doses combinadas de vacinas diferentes, uma enfermaria cheia de enfermeiras no mesmo dia. Porque você pode ter mais absenteísmo no dia seguinte."
Em abril, o estudo foi ampliado, adicionando mais 1.050 voluntários para testar combinações das vacinas Moderna e Novavax junto aos imunizantes AstraZeneca-Oxford e Pfizer-BioNTech.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!