Com quase 25 milhões de seguidores no Instagram, ela causou um furor ao responder o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) dizendo que está "a caminho" para depor na CPI da Covid.
Randolfe tinha dito que, em vez de negociar com o Butantan, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello negociou vacinas da CoronaVac com uma empresa de produtos eróticos.
Num tuíte, ele disse: "Corre aqui @miakhalifa! Acho que estavam te usando de cortina de fumaça!"
You guys are in a crisis… I’m on my way %uD83E%uDDF3%u2708%uFE0F https://t.co/F0iqLRCFun
— Mia K. (@miakhalifa) July 19, 2021
A atriz respondeu com a seguinte mensagem: "Vocês estão em crise… Estou a caminho". A mensagem já tinha recebido mais de 53 mil curtidas até a tarde desta segunda-feira (19/7).
Mas, afinal, quem é Mia Khalifa?
Ameaças do Estado Islâmico
A atriz atuou em filmes pornô até o fim de 2014 e ganhou fama mundial após aparecer em um vídeo usando um hijab (véu usado por algumas mulheres muçulmanas para cobrir a cabeça).
A cena pornográfica causou polêmica, mas Mia chegou a receber ameaças do grupo extremista Estado Islâmico (IS).
Mia contou em 2019 à BBC como entrou para a indústria da pornografia.
"Foi algo como: "Você é linda, gostaria de fazer uns trabalhos como modelo?
Bem, é que você tem um corpo lindo. Mais tarde, quando fui ao estúdio, encontrei um lugar muito respeitável, magnífico, em Miami, na Flórida. Era limpo. Todo mundo que trabalhava lá era simpático. Todos os quartos eram decorados com fotos de família. Como se não fosse nada duvidoso ou que me deixasse desconfortável", disse.
Apesar de sentir medo, Mia conta com humor como reagiu à ameaça do grupo extremista Estado Islâmico.
"Foi assustador. Mas usei o humor como mecanismo de defesa. A minha resposta foi: 'Tudo bem, desde que você não corte meus peitos... Eles custaram muito dinheiro'", afirmou a atriz.
Mia contou que o passado como atriz pornô deixou marcas em sua imagem e diz que se sente desconfortável ao sair na rua.
"Sinto como se as pessoas pudessem ver através da minha roupa e me sinto profundamente envergonhada. Tenho a sensação de que perdi direito a toda a minha privacidade. E perdi, porque estou a um clique de distância no Google."
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O que é uma CPI?
O que a CPI da COVID investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (há direito ao silêncio)
- executar prisões em caso de flagrante
- solicitar documentos e informações a órgãos ligados à administração pública
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secretários, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do país — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audiências e diligências
- quebrar sigilos fiscais, bancários e de dados se houver fundamentação
- solicitar a colaboração de servidores de outros poderes
- elaborar relatório final contendo conclusões obtidas pela investigação e recomendações para evitar novas ocorrências como a apurada
- pedir buscas e apreensões (exceto a domicílios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI não pode fazer?
Embora tenham poderes de Justiça, as CPIs não podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telefônicos
- solicitar prisões preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreensões em domicílios
- impedir que advogados de depoentes compareçam às oitivas e acessem
- documentos relativos à CPI
- determinar a apreensão de passaportes
A história das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos Anões do Orçamento (Câmara) - apurou desvios do Orçamento da União
2000: CPIs do Futebol - (Senado e Câmara, separadamente) - relações entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Preço do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formulação dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar denúncias de corrupção na empresa estatal
2005: CPMI do Mensalão - apurar possíveis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (Câmara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (Câmara) - apurou possível desvio de verbas destinadas à Saúde
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar possível corrupção na estatal de petróleo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comitê organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - disseminação de notícias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão