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Estado de Minas PANDEMIA

Vacinação de adolescentes contra covid: quais países estão imunizando menores de 18

Enquanto o Ministério da Saúde recomendou que adolescentes sem comorbidades não sejam vacinados no Brasil, diversos países ao redor do mundo estão vacinando seus adolescentes e crianças.


17/09/2021 21:09 - atualizado 17/09/2021 21:09

Brasil recomendou suspender vacinação de adolescentes; no Reino Unido, decisão de vacinar com uma dose de Pfizer se deu nesta semana
Brasil recomendou suspender vacinação de adolescentes; no Reino Unido, decisão de vacinar com uma dose de Pfizer se deu nesta semana (foto: Getty Images)
Enquanto o Ministério da Saúde recomendou nesta quinta (16/9) que adolescentes sem comorbidades não sejam vacinados no Brasil, diversos países ao redor do mundo estão vacinando seus adolescentes e crianças.

 

Ao anunciar a decisão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que havia dúvidas sobre a segurança da imunização dos jovens. Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta, Queiroga disse que partiu do presidente Jair Bolsonaro o pedido de reavaliar a orientação.

 

Especialistas criticaram a decisão. O Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) emitiram nota manifestando "profundo lamento" em relação à decisão do Ministério da Saúde e pedindo um posicionamento da Anvisa, que já havia autorizado a vacinação com o imunizante da Pfizer em jovens de 12 a 17 anos.

 

"Ao implementar unilateralmente decisões sem respaldo técnico e científico, coloca-se em risco a principal ação de controle da pandemia", diz a nota.

A orientação dividiu municípios e Estados, com várias capitais decidindo manter a vacinação desta faixa etária, como São Paulo e Rio de Janeiro, apesar da recomendação do Ministério da Saúde.

 

A Anvisa informou que investiga suspeita de reação adversa grave com vacina da Pfizer, mas que não existem até o momento "evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina" .

Países vacinando adolescentes

Na Europa, diversos países começaram a vacinar seus adolescentes depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou em maio a vacina Pfizer para adolescentes de 12 a 15 anos.

 

A Dinamarca já vacinou a maioria de sua população jovem, de 12 a 15 anos, com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19. A Espanha também vacinou a maioria da população de 12 a 19 anos com ao menos uma dose.

 

Na França, 66% dos jovens de 12 a 17 anos foram vacinados com uma dose, e 52% estão totalmente vacinados. Em outubro, o passe sanitário, que comprova a vacinação, será estendido para menores de 18 anos.

 

Isso significa que todos os adolescentes precisarão mostrar um comprovante de vacinação ou um teste negativo de covid-19 para acessar locais como cinemas, museus, restaurantes e shopping centers fechados.

 

Na Alemanha, a Comissão Permanente de Vacinação inicialmente recomendou vacinas só para jovens entre 12 e 15 anos com doenças crônicas. Mas em agosto, depois que a variante Delta começou a se espalhar rapidamente, a comissão recomendou que todos os jovens acima de 12 anos de idade sejam vacinados contra o coronavírus, dizendo que os benefícios da vacina superam os riscos para a faixa etária. A comissão também destacou que crianças corriam um risco maior de pegar covid-19 durante uma possível quarta onda de infecções da Delta.

 

Na Suécia, adolescentes de 12 a 15 anos só são elegíveis para a vacina se tiverem doença pulmonar, asma grave ou outra condição médica de alto risco.

Na Noruega, a vacinação foi recentemente estendida para crianças de 12 a 15 anos, mas apenas a primeira dose será oferecida. A decisão sobre a segunda dose será tomada posteriormente.

 

A decisão de vacinar adolescentes se deu nesta semana no Reino Unido, onde jovens que tenham entre 12 e 15 anos receberão uma dose da vacina Pfizer.

 

As autoridades de saúde dos Estados Unidos e do Canadá foram as primeiras a aprovar a vacina da Pfizer para adolescentes a partir de 12 anos, em maio. A vacinação começou em alguns locais nos Estados Unidos imediatamente - duas doses foram administradas com três semanas de intervalo.

 

No final de julho, 42% dos jovens de 12 a 17 anos haviam recebido a primeira dose e 32% a primeira e segunda doses das vacinas da Pfizer ou Moderna. A decisão de vacinar crianças também surgiu quando os Estados Unidos começaram a lutar contra o aumento das infecções causadas pela variante Delta.

 

O último relatório do CDC (Center for Disease Control dos EUA) disse que o número de crianças hospitalizadas com covid-19 foi entre 3,4 a 3,7 vezes maior nos Estados americanos com cobertura de vacinação mais baixa.

 

Algumas escolas americanas decidiram tornar a vacina obrigatória para que crianças maiores de 12 anos possam assistir às aulas, apesar das objeções de alguns pais.

 

Em Los Angeles, a decisão foi recentemente estendida para 600 mil alunos. Em Nova York, os funcionários das escolas, mas não os alunos, devem ser vacinados.

 

A Pfizer também começou a testar sua vacina contra a covid-19 em crianças mais novas. Os primeiros resultados, na faixa etária de cinco a 11 anos, são esperados para setembro. Os dados para crianças de seis meses a quatro anos devem ser divulgados até o final do ano.

 

O presidente dos EUA, Joe Biden, já indicou que as vacinas para essa faixa etária mais jovem devem estar disponíveis "em breve", depois que reguladores revisarem os dados clínicos.

 

Já a China aplicou a Coronavac (vacina produzida pela farmacêutica Sinovac) a algumas crianças a partir de três anos.


Criança sendo vacinada em uma clínica em Utrecht, na Holanda, em julho de 2021
Criança sendo vacinada em uma clínica em Utrecht, na Holanda, em julho de 2021 (foto: Getty Images)

O país estabeleceu uma meta aproximada de vacinar 80% de sua população de 1,4 bilhão até o final do ano, um número impossível de atingir sem contemplar também um grande número de menores de 18 anos.

 

Em teoria, a vacina contra a covid-19 é voluntária na China, embora alguns governos locais tenham dito que os alunos não terão permissão para voltar à escola neste semestre a menos que sua família inteira tenha sido vacinada com duas doses.

 

A Coronavac também é amplamente utilizada em muitos países da Ásia, África e América do Sul, como o Brasil.

 

No Chile, já foi aprovada para uso em crianças a partir de seis anos. Na África do Sul, a vacina começou a ser testada em crianças com idade entre seis meses e 17 anos.

 

Cuba, por sua vez, começou no início do mês a vacinação em crianças de dois a 18 anos com as vacinas produzidas no país, tornando-se o primeiro país do mundo a imunizar crianças tão pequenas. A campanha será feita em etapas para viabilizar a volta às aulas.

Maior população de adolescentes do mundo

Acredita-se que a Índia tenha a maior população de adolescentes do mundo, estimada em cerca de 253 milhões pelo Unicef. Os dados oficiais mais recentes sugerem que cerca de 60% das crianças foram expostas ao coronavírus desde o início da pandemia e provavelmente desenvolveram alguma imunidade contra infecções anteriores.

 

Em agosto, o regulador de medicamentos do país concedeu o uso emergencial de uma nova vacina desenvolvida pela empresa farmacêutica local Zydus Cadila em todos os maiores de 12 anos - primeira aprovação no país que inclui crianças.

 

A vacina precisa ser dada em três doses separadas usando um aplicador sem agulha, em vez de uma seringa tradicional. A empresa disse que espera iniciar em breve os testes em crianças menores de dois anos ou mais.

 

Conselheiros sanitários do governo disseram que a vacinação para crianças de 12 a 17 anos com comorbidades deve começar em outubro, mas uma implementação mais ampla só acontecerá depois que a campanha para adultos na Índia for concluída. Atualmente, a previsão é que aconteça até o final do ano.

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