O governo americano anunciou mais detalhes sobre a permissão para que brasileiros vacinados contra a covid-19 entrem nos Estados Unidos sem restrições a partir de 8 de novembro.
O anúncio representa o fim da obrigatoriedade de quarentena em um terceiro país para viajantes originários do Brasil, que vigorou por mais de um ano e meio e foi oficialmente instaurada para reduzir o espalhamento do vírus em território americano.
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Atualmente, o Brasil já tem maior percentual de população vacinada com ao menos uma dose do que os EUA e um menor número de casos diários.
Entre os brasileiros, 72% já tomaram ao menos uma dose de vacina, contra 65% dos americanos. Entre a população totalmente vacinada, quase metade dos brasileiros e 58% dos americanos estão nessa condição.A diferença é que no Brasil houve atraso no início da vacinação que, agora, segue em ritmo acelerado com uma oferta estável de doses.
Já os os EUA enfrentam há meses hesitação e desconfiança de parcela dos habitantes em relação aos imunizantes e têm tido que recorrer a exigências públicas ou ameaças de perda de emprego para levar as pessoas aos postos.
Por isso, a expectativa é que o Brasil ultrapasse definitivamente os EUA nos índices em algumas semanas.
Em relação aos casos, o Brasil tem registrado média móvel no patamar 11 mil novas infecções diárias por covid-19, enquanto os EUA registram quase 8 vezes mais casos, na casa de 86 mil novos pacientes por dia.
O que é preciso para viajar aos EUA a partir de 8 de novembro
A partir de 8 de novembro, viajantes internacionais com destino aos EUA terão que apresentar no check-in prova de vacinação completa emitida por fonte oficial.
São considerados completamente vacinados pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças, o CDC na sigla em inglês, todas aquelas pessoas que tenham tomado há mais de 15 dias a segunda dose ou a dose única da vacina contra covid-19.
Isso significa que não serão admitidos em voos para o território americano passageiros que tenham tomado apenas uma dose do imunizante ou aqueles que tenham tomado a segunda dose há menos de 15 dias.
E embora os EUA, assim como o Brasil, recomendem doses de reforço para alguns grupos populacionais, o CDC continua a considerar como completamente vacinados todos aqueles que tenham completado o primeiro esquema de doses da vacina, sem a necessidade de provar que tomou reforço.
Para cruzar a fronteira terrestre americana com o México ou o Canadá, viajantes por motivos não essenciais, como turismo, também terão que apresentar comprovante de vacinação aos agentes de imigração, ou serão retornados ao país de origem. O mesmo valerá para viajantes por razões essenciais, como funcionários de linhas férreas, a partir de janeiro.
Quais vacinas serão aceitas?
Embora ainda não tenha liberado a íntegra das regras para a viagem, a Casa Branca anunciou nesta sexta que serão consideradas vacinadas as pessoas que tenham recebido as duas doses (ou dose única, no caso da Johnson) das vacinas listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como aprovadas para uso emergencial.
Isso significa que tanto a Coronavac quanto a AstraZeneca-Oxford, que não receberam o ok da agência reguladora americana, o FDA, mas que constam da lista de aprovados da OMS e são largamente usadas no Brasil, servirão como prova de imunização para viajantes.
Outros imunizantes como a russa Sputnik, no entanto, não estão entre os chancelados pela OMS e a princípio pessoas que receberam essa vacina não serão admitidas no país.
Só a carteirinha de vacinação não basta
Só a carteirinha de vacinação contra a covid-19 completa não servirá, no entanto, para garantir o embarque aos EUA. O viajante também terá que apresentar, no momento do check-in, o resultado negativo de um teste PCR ou de antígeno feito no máximo três dias antes da viagem.
Sem o teste, que mostra que a pessoa não está contaminada pelo novo coronavírus, ou com um resultado positivo para covid-19, mesmo pessoas completamente vacinadas com imunizantes aceitos serão barrados no embarque.
As companhias aéreas ainda deverão coletar informações dos passageiros para permitir rastreamento de contatos caso haja alguma infecção confirmada no voo após o desembarque.
Além disso, claro, continua valendo no caso dos brasileiros a necessidade de visto específico à finalidade da viagem para embarcar regularmente para os EUA.
E o que acontece com as crianças?
Como a vacinação para menores de 18 anos ainda é pouco disseminada ao redor do mundo - e para algumas idades sequer foi aprovada por órgãos de regulação-, o governo americano as incluiu como uma exceção à regra da vacinação.
Assim, crianças e adolescentes poderão embarcar desde que apresentem um teste PCR ou antígeno de resultado negativo. Caso o menor de idade esteja acompanhado na viagem por adultos completamente vacinados, o exame de covid-19 deve ser feito até 3 dias antes do embarque.
Mas, se a criança ou o adolescente estiver sozinho no trajeto, o teste deve ser feito no período de apenas um dia antes do embarque. Bebês de até dois anos de idade não precisarão fazer testes para embarcar.
Adultos estrangeiros não vacinados poderão entrar nos EUA?
Há poucas exceções à regra de vacinação para adultos estrangeiros que queiram ingressar nos EUA e elas devem se tornar ainda mais limitadas com o passar do tempo.
Por agora, as autoridades americanas afirmam que estarão isentos de demonstrar imunização completa no momento do embarque os maiores de 18 anos que não estejam em viagem de turismo e sejam provenientes de países com taxas muito baixas de vacinação na população em geral (a lista das nações nessas condições será constantemente atualizada pelo CDC), adultos em viagem emergencial ou por razão humanitária (desde que possuam um documento do governo americano autorizando seu embarque), adultos que possam comprovar razões médicas para não terem sido vacinados e participantes de testes clínicos de vacinas contra covid-19 que possam comprovar sua condição.
Todos, no entanto, terão que apresentar um resultado negativo de PCR ou antígeno para covid-19 feito até um dia antes do embarque.
Além disso, terão que se comprometer a cumprir as regras sanitárias do país - como o uso de máscaras e a obrigatoriedade de se vacinar ainda em território americano caso o período de permanência nos EUA seja superior a 60 dias.
No fim de setembro, quando o coordenador de resposta ao coronavírus da Casa Branca, Jeff Zients, afirmou pela primeira vez que os americanos abririam novamente suas fronteiras para países como o Brasil, a China, a Índia e a Grã Bretanha, ele deixou clara a abordagem pró-vacinação da administração de Joe Biden: "As vacinas são a melhor linha de defesa, a melhor ferramenta que temos em nosso arsenal para manter as pessoas seguras".
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