Jornal Estado de Minas

G20: Meio ambiente e covid dominam agenda em encontro de líderes na Itália

Mudança climática e covid-19 estão no topo da agenda do encontro dos líderes das principais economias do mundo, que acontece em Roma, na Itália, neste fim de semana (30 e 31/10),

Esta é a primeira vez que os líderes do G20 se encontram pessoalmente desde o início da pandemia. No entanto, Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) não estarão em Roma para a cúpula. Eles optaram por comparecer por meio de um link de vídeo.





A reunião ocorre em meio a avisos cada vez mais alarmantes para o futuro do planeta, se medidas urgentes não forem tomadas para reduzir as emissões.

Estima-se que o grupo, formado por 19 países e a União Europeia, seja responsável por 80% das emissões mundiais.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a Roma nesta sexta-feira (29/10) com três "telhados de vidro" em sua tentativa de recuperar a relevância do país nos principais debates do encontro: políticas ambientais contra mudanças climáticas, estratégias para evitar futuras pandemias e recuperação econômica.

Bolsonaro deve ser homenageado com a cidadania honorária do vilarejo italiano de Anguillara Veneta após o encontro do G20.

A prefeitura, comandada por políticos considerados de direita e de extrema direita, acabou depredada por um grupo ambientalista como "resposta" à homenagem a Bolsonaro, que conseguiu atrair críticas de diversos grupos de esquerda na Itália por outros motivos, como o desmatamento da Amazônia e as acusações da CPI da Covid contra sua gestão da pandemia, todas refutadas pelo presidente.





'Petrobras é um problema'

Na antessala da primeira reunião de líderes do G20, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse em conversa informal com o colega turco, Recep Erdogan, que a economia do Brasil está voltando forte, mas a "mídia como sempre atacando" - o Brasil é o único país do G20 com estimativas de recessão em 2022, mas a avaliação não é um consenso entre instituições financeiras.

Bolsonaro em Roma; presidente receberá homenagens na Itália, ao mesmo tempo que é alvo de protestos (foto: EPA)

Em resposta, o mandatário da Turquia menciona que o Brasil tem grandes recursos petrolíferos e a Petrobras.

"Petrobras é um problema. Mas estamos quebrando monopólios, com uma reação muito grande. Há pouco tempo era uma empresa de partido político. Mudamos isso", responde Bolsonaro.

Erdogan pergunta, por fim, sobre a eleição brasileira e, ao ouvir que ela ocorrerá em 11 meses, diz a Bolsonaro que ele ainda tem bastante coisa para fazer.





"Eu também tenho um apoio popular muito grande. Temos uma boa equipe de ministros. Não aceitei indicação de ninguém. Foi eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros (é de) militares profissionais. Não é fácil. Fazer as coisas certas é mais difícil", responde o presidente brasileiro.

Na última semana, a CPI da Covid aprovou relatório que recomenda que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado e, eventualmente, responsabilizado em três frentes devido à gestão do seu governo na pandemia de coronavírus: por crimes comuns, por crimes de responsabilidade e por crimes contra a humanidade.

Rascunho do comunicado

Em fala antes da cúpula de dois dias, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sugeriu que deixar de agir levaria "nossa civilização" a retroceder, consignado "as gerações futuras a uma vida que é muito menos agradável do que a nossa".





No entanto, ele reconheceu que nem a reunião do G20, nem a próxima cúpula da COP26 em Glasgow, impediriam o aquecimento global. Disse que "o máximo que podemos esperar é desacelerar o aumento".

Primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, recebe Bolsonaro em sua chegada à Cúpula dos Líderes do G20 em Roma (foto: EPA)

De acordo com a agência de notícias Reuters, um rascunho de comunicado do grupo esboça uma promessa do G20 de trabalhar para limitar o aumento das temperaturas a 1,5 ° C - mas nenhum acordo legalmente vinculado deve ser feito.

O rascunho também menciona a promessa de tomar "medidas concretas" para impedir a exploração ilegal de madeira, mineração e comércio de animais selvagens, segundo a Reuters.

Boris Johnson também deve abordar a desigualdade da vacina contra o coronavírus durante a cúpula, dizendo a seus colegas líderes que "o ritmo da recuperação dependerá da rapidez com que conseguiremos superar a covid", sendo a primeira prioridade "a distribuição rápida, equitativa e global das vacinas "

Mais de 6 bilhões de doses da vacina Covid foram administradas em todo o mundo. No entanto, uma carta endereçada ao primeiro-ministro italiano Mario Draghi, que está hospedando o G20, de mais de 160 ex-líderes mundiais e figuras globais observou que apenas 2% das pessoas em países de baixa renda receberam uma injeção.

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará pressão para que os países aumentem a produção de energia, em meio à disparada dos preços, além de discutir um plano para prevenir futuras pandemias. Ele também deve se reunir com Johnson, bem como com o francês Emmanuel Macron e a ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para discutir a retomada do acordo nuclear com o Irã.





O grupo também deve endossar uma alíquota de imposto corporativa mínima global de pelo menos 15%, que é apoiada por 140 países ao redor do mundo. O rascunho de comunicado prevê que entre em vigor em 2023.


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