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Estado de Minas PREVENÇÃO PERMANENTE

Por que não é viável, sustentável ou necessário vacinar toda população mundial a cada 6 meses

Os mais vulneráveis devem ser priorizados para novas doses, diz o professor Andrew Pollard: 'Nós nem mesmo conseguimos vacinar todos na África com uma dose, então certamente não vamos chegar a um ponto em que a quarta dose para todos seja viável'


05/01/2022 15:45 - atualizado 06/01/2022 07:41


A woman having a Covid jab
(foto: Getty Images)

Vacinar todas as pessoas no planeta contra a covid-19 regularmente não é viável, sustentável ou necessário, segundo o especialista Andrew Pollard, que ajudou a desenvolver a vacina Oxford-AstraZeneca.

Ele defende que as pessoas mais vulneráveis devem ser identificadas e priorizadas.

O professor Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, disse ao programa de rádio Today, da BBC: "Não é realmente viável, sustentável ou provavelmente mesmo necessário vacinar todas as pessoas do planeta a cada quatro ou seis meses".

"Nós nem mesmo conseguimos vacinar todos na África com uma dose, então certamente não vamos chegar a um ponto em que a quarta dose para todos seja viável."

Ele disse que o Reino Unido, que atualmente está fazendo uma campanha para vacinar sua população com a terceira dose, pode ficar bem se as novas variantes continuarem provocando doenças mais brandas, como foi o caso da ômicron.

"Poderemos vir a precisar de reforços para os vulneráveis da população, mas acho altamente improvável que tenhamos programas em andamento regularmente para estimular todos com mais de 12 anos de idade", acrescentou.

Pollard disse que aqueles que precisam de mais reforços provavelmente são adultos mais velhos ou pessoas com problemas de saúde.

"Haverá novas variantes após a ômicron", acrescentou. "Ainda não sabemos como elas irão se comportar — e isso pode mudar completamente a visão sobre o que é a coisa certa a fazer."

Pollard é presidente do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI, na sigla em inglês), que assessora o governo sobre vacinas, mas não tem envolvimento na tomada de decisões sobre as vacinas no Reino Unido.

A ministra de Vacinas e Saúde Pública, Maggie Throup, disse à BBC que o governo seguiria o conselho da JCVI sobre a necessidade ou não de haver um programa de quarta dose da vacina contra covid.

Ela disse que é importante que as pessoas recebam a terceira dose agora — ou a primeira ou a segunda dose no caso dos ainda não vacinados.

Otimismo cauteloso

O especialista em doenças infecciosas Neil Ferguson disse estar "cautelosamente otimista" com o fato de os casos de covid estarem começando a se estabilizar em Londres na faixa etária de 18 a 50 anos, que tem visto números especialmente altos.

O epidemiologista disse que o número de casos deve começar a cair na próxima semana na capital inglesa, e em outras regiões de uma a três semanas.

Ele também disse os números atuais não refletem com precisão o quadro verdadeiro da doença — que provavelmente é pior do que se imagina. Isso acontece porque não houve kits de teste suficientes para todo mundo durante o feriado de Natal.

Além disso, as reinfecções não estão sendo contadas nos números oficiais — cerca de 10% a 15% dos casos de ômicron são reinfecções, segundo ele.

Mas é muito cedo para se prever o que acontecerá nos próximos dias, especialmente por causa da volta às salas de aula esta semana no país, depois do feriado de fim de ano.

Sindicatos de professores dizem que é provável que alguns alunos sejam mandados para casa para fazer aulas remotas, prevendo ausências de professores que estejam contaminados. O ensino presencial continuará a ser a norma, afirma o secretário de Educação da Inglaterra, Nadhim Zahawi.

O professor Ferguson disse que é provável que haja "níveis bastante altos de infecção" em crianças em idade escolar — embora com doença leve.

O fato de a ômicron ser menos grave do que as variantes anteriores é uma "boa notícia" e as vacinas estão "resistindo bem a doenças graves", acrescentou.

Mas "isso não significa que não serão, como disse o primeiro-ministro, algumas semanas difíceis para o NHS (sistema de saúde britânico)".

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