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Ômicron: dois terços de infectados tiveram COVID antes, indica pesquisa

Dois terços dos entrevistados recentemente infectados com a variante ômicron afirmaram já terem tido covid anteriormente, segundo dados de um estudo com milhares de voluntários na Inglaterra.

 

Cientistas ressaltam que ainda é necessário aprofundar a análise sobre quantas dessas reinfecções são verdadeiras, mas os resultados do estudo indicam quais grupos parecem ser mais propensos a pegar covid novamente.





 

Entre as pessoas com maior risco estão profissionais de saúde e famílias com filhos ou muitas pessoas vivendo na mesma casa.

Onda de ômicron no inverno

Mais de dois milhões de pessoas foram testadas no estudo chamado React.

Os dados mais recentes, referentes às duas primeiras semanas de 2022, são baseados em cerca de 100 mil testes de reação em cadeia da polimerase (PCR) feitos em voluntários.

 

Cerca de 4 mil foram positivos - de longe a taxa mais alta vista no estudo desde o início da pandemia.

 

E quando uma parcela dos testes foi sequenciada para se verificar a variante, praticamente todos os casos eram de ômicron, variante altamente infecciosa, identificada pela primeira vez na África do Sul, que causou uma grande onda de infecções no inverno no Reino Unido.





Doença grave

Ainda não está claro quantos dos voluntários que testaram positivo haviam sido totalmente vacinados.

 

Duas doses oferecem pouca proteção contra a ômicron. As doses de reforço foram disponibilizadas rapidamente pelo governo do Reino Unido para aumentar a proteção das pessoas.

 

Dois em cada três (65%) dos voluntários infectados disseram que já haviam testado positivo para covid antes.

Muitos destes poderiam ter sido casos de reinfeção. Embora, em alguns casos, os testes de PCR mais recentes poderiam estar detectando vestígios antigos do vírus.

 

Outras estimativas sugerem que um em cada 10 casos de ômicron é uma possível reinfecção.

 

Atualmente, os números diários de casos de covid relatados pelo governo - que refletem o número de infecções detectadas em pessoas que se apresentam para fazer testes - não incluem reinfecções. Mas isso vai mudar a partir de 31 de janeiro: quando qualquer pessoa tiver tido um segundo teste positivo — se ele tiver ocorrido 90 dias após o primeiro — esse dado será adicionado aos números oficiais.





 

As infecções por coronavírus diminuíram recentemente, mas permanecem altas no país, principalmente entre crianças e adolescentes, segundo dados do React.

 

O diretor do programa React, Paul Elliott, do Imperial College London, disse: "Há um rápido aumento da prevalência entre as crianças agora que elas estão se misturando mais após o início do período escolar e, em comparação com dezembro, a prevalência em pessoas mais velhas, com 65 anos ou mais, aumentou... o que pode levar a mais hospitalizações".

 

"Portanto, é vital que continuemos monitorando a situação de perto."

Terceira dose

A diretora da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, Jenny Harries, disse que, embora as vacinas possam não impedir todas as infecções, elas estão fazendo um ótimo trabalho protegendo vidas.

 

"A vacinação continua sendo a melhor maneira de se proteger de doenças graves e hospitalização por ômicron, e eu peço a qualquer pessoa que ainda não tenha feito isso que receba suas duas primeiras doses e depois o reforço o mais rápido possível", disse ela.





 

"O impacto que a vacinação está tendo na prevenção de doenças graves e hospitalizações é claro."

 

"Para garantir que continuemos na tendência de queda e protejamos nossas comunidades, ainda é importante que todos sigamos os conselhos de saúde pública, principalmente em espaços lotados e áreas com pouca ventilação."

"Se você estiver visitando amigos e familiares, não se esqueça de fazer um teste antes de sair."

 

No Reino Unido, kits com autotestes são distribuído de forma gratuita pelo sistema público de saúde.

 

O secretário de Saúde e Assistência Social, Sajid Javid, disse: "É reconfortante ver as infecções por covid-19 começando a desacelerar em todo o país."

 

"As taxas ainda são altas, então, à medida que aprendemos a conviver com o vírus, é vital que continuemos vigilantes — lave as mãos, deixe entrar ar fresco, faça testes e, se ainda não o fez, tome a terceira dose da vacina."





 

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