Jornal Estado de Minas

ESTADOS UNIDOS

Príncipe Andrew faz acordo para encerrar processo sobre acusação de abuso sexual



O príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth, fechou nesta terça-feira (15/2) um acordo com a americana Virginia Giuffre para encerrar um processo aberto contra ele nos Estados Unidos por acusação de abuso sexual, segundo documentos judiciais.





Giuffre estava processando o duque de York, alegando que ele a agrediu sexualmente em três ocasiões quando ela tinha 17 anos, em 2001. Ele nega as denúncias.

Uma carta enviada nesta terça ao tribunal responsável pelo caso nos EUA afirma que o príncipe e Giuffre chegaram a um acordo extrajudicial para encerrar o caso.

Segundo os advogados do duque, a declaração enviada ao tribunal será a única manifestação pública de Andrew.

Em uma carta ao juiz americano Lewis A Kaplan, o advogado de Giuffre, David Boies, e os advogados do príncipe Andrew comunicaram que chegaram a "um acordo em princípio".

"As partes apresentarão uma decisão final após o recebimento do acordo por Giuffre", diz a carta, que não divulga um valor final para o acordo.

O documento afirma apenas que o duque fará uma "doação substancial para a instituição de caridade de Giuffre em apoio aos direitos das vítimas".





O príncipe Andrew acrescentou ainda no comunicado que "nunca teve a intenção de difamar o caráter de Giuffre" e reconheceu que ela "sofreu tanto como vítima estabelecida de abuso quanto como resultado de ataques públicos injustos".

O duque também prometeu "demonstrar seu arrependimento por sua associação" com o falecido criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, apoiando a "luta contra os males do tráfico sexual e suas vítimas".

Ele ainda elogiou a "bravura de Giuffre e de outras vítimas ao se posicionarem sobre seus casos e de outras".

Questionado sobre o acordo, o advogado de Giuffre, David Boies, disse à agência PA News: "Acredito que os últimos acontecimentos falam por si".





Denúncia de abuso sexual


Virginia Giuffre disse ter sido vítima de tráfico de mulheres para fins sexuais (foto: Reuters)

O processo foi aberto pelos advogados de Giuffre em agosto do ano passado, mas as acusações só foram formalmente aceitas pela Justiça americana em 12 de janeiro.

Giuffre, que tem atualmente 38 anos, alega ter sido cooptada por um esquema de tráfico sexual comandado por Jeffrey Epstein quando tinha 16 anos. O bilionário americano morreu na prisão em 2019, enquanto aguardava julgamento.

Segundo Giuffre, ela e outras mulheres eram constantemente obrigadas por Epstein a encontrar-se com clientes poderosos. Um desses homens seria Andrew, o terceiro filho da rainha Elizabeth e o nono na linha de sucessão ao trono britânico.

Giuffre afirmou que o duque, de 61 anos, abusou sexualmente dela em três ocasiões: na casa de Ghislaine Maxwell em Londres, na mansão de Epstein em Nova York e na ilha particular de Epstein nas Ilhas Virgens Americanas.

Maxwell foi condenada por agenciar adolescentes para crimes de cunho sexual no final de 2021. Andrew é amigo de longa data da socialite britânica.





Em seus depoimentos, Giuffre diz que os três supostos casos de abuso do príncipe Andrew continuam a causar-lhe "sofrimento e danos emocionais e psicológicos significativos".

Uma das evidências que a americana apresenta é uma fotografia do duque ao seu lado na casa de Ghislaine Maxwell, que aparece em segundo plano na imagem. A autora da acusação diz que Epstein teria tirado a foto.

O príncipe afirmou em 2019 programa Newsnight, da BBC, que esteve na casa de Maxwell em Londres anteriormente — mas disse que não se lembrava de ter conhecido Giuffre ou de ter tirado uma foto.

Sem título de realeza


Andrew perdeu formalmente seus títulos militares e de realeza (foto: Reuters)

Após o processo civil contra Andrew ter sido formalmente aceito pela Justiça americana em janeiro, o britânico perdeu formalmente seus títulos militares e de realeza.





Desde meados de janeiro, Andrew deixou de ser chamado de Sua Alteza e seus papéis cerimoniais como representante da família real foram cedidos a outros membros da realeza britânica.

Em comunicado, o Palácio de Buckingham afirmou que Andrew não utilizaria mais o título de Sua Alteza Real em qualquer circunstância.

O mesmo vale para títulos militares - Andrew era portador de várias condecorações honorárias, como coronel-chefe dos Guardas de Grenadier (um dos regimentos de mais alto escalão no Exército britânico), coronel-chefe do Regimento Irlandês Real e comodoro-chefe de uma frota da Força Aérea Britânica.

O duque já estava afastado das funções reais desde 2019, devido às repercussões de sua amizade com Jeffrey Epstein.

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