Reportagem atualizada às 17h de 6/3.
A evacuação de civis da cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, foi interrompida pela segunda vez após um novo fracasso de cessar-fogo no domingo (6/3), 11º primeiro dia da guerra.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (IRIC) disse que suas equipes começaram a abrir a rota de evacuação de Mariupol para Zaporizhzhia antes que "as hostilidades fossem retomadas".
Rússia e Ucrânia concordaram em princípio em tirar os civis da cidade sitiada, mas não chegaram a um acordo sobre os detalhes de como isso ocorreria, segundo a Cruz Vermelha.
Em particular, os dois lados não concordaram nos seguintes pontos:
- Horário específico, locais e rotas de evacuação;
- Quem pode ser voluntariamente evacuado;
- Se ajuda pode ser trazida.
A Cruz Vermelha esperava começar a retirar 200 mil pessoas da cidade portuária, que tinha cerca de 400 mil habitantes até o início do conflito e está sitiada por forças russas neste momento.
Mariupol é um alvo estratégico fundamental para a Rússia, porque tomá-la permitiria que as forças separatistas apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia se unissem às tropas na Crimeia, península do sul anexada pela Rússia em 2014.
Um plano semelhante anunciado no sábado (5/3) para a evacuação de Mariupol e também de Volnovakha desmoronou rapidamente.
A Rússia acusou "nacionalistas" ucranianos de quebrar o acordo. Já a Ucrânia culpou Moscou de seguir com a ofensiva em uma "violação grosseira dos acordos sobre a abertura de corredores humanitários".
Veja a seguir os principais acontecimentos mais recentes da guerra.
ONU: guerra já tem mais de 1,5 milhão de refugiados
O número de refugiados que fogem da guerra na Ucrânia ultrapassou 1,5 milhão, segundo a agência da ONU para refugiados (Acnur).
A agência considera esta a crise de refugiados mais acelerada da Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Polônia, Romênia e Hungria tem sido o destino da maioria, mas, em muitos casos, os países que fazem fronteira com a Ucrânia são a primeira parada rumo a países europeus mais distantes.
Civis tentam escapar de Irpin
Imagens e fotos de Irpin, a 20 km de Kiev, mostraram civis tentando desesperadamente escapar em meio a um bombardeio em curso no domingo.
A cidade está sendo atacada por terra e ar, porque está no caminho das tropas russas que tentam avançar rumo à capital Kiev.
Três civis teriam sido mortos ao serem atingidos por um morteiro enquanto tentavam fugir da cidade.
Veja mais fotos e saiba mais detalhes da evacução de Irpin aqui.
Militares ucranianos se casam no meio da guerra
Em meio ao horror sangrento da guerra, um casal das forças de defesa da Ucrânia se casou. A cerimônia ocorreu não muito longe de um posto de controle nos arredores de Kiev, a capital do país.
Veja mais detalhes e fotos aqui.
'Putin diz que vai conseguir o que quer com guerra ou negociação'
O presidente russo, Vladimir Putin, e presidente francês, Emmanuel Macron, conversaram por telefone por quase duas horas.
O governo francês disse que Macron pediu a Putin para encerrar o ataque russo e garantir a segurança das instalações nucleares da Ucrânia depois que o bombardeio causou um incêndio em Zaporizhzhia, a maior da Europa.
Putin disse a Macron que a Rússia não tentou atacar usinas nucleares e que a Rússia alcançaria seus objetivos por meio de "negociação ou guerra", segundo a Presidência francesa.
O Kremlin culpou os ucranianos pelo incidente da usina nuclear. Putin disse a Macron que foi uma "provocação" encenada por "radicais ucranianos". A Ucrânia culpou as forças russas.
Putin também disse que as tentativas de sábado de evacuar civis das cidades do sul de Mariupol e Volnovakha falharam porque "nacionalistas ucranianos" se recusaram a deixar as pessoas saírem e usaram o cessar-fogo temporário apenas para se reforçar e se entrincheirar.
TikTok suspende transmissão ao vivo e novos conteúdos na Rússia
O aplicativo de vídeo TikTok diz que está suspendendo a transmissão ao vivo e novos conteúdos na Rússia enquanto analisa as implicações de segurança de uma nova lei que ameaça prender qualquer pessoa que as autoridades considerem ter espalhado notícias "falsas" sobre as forças armadas.A plataforma diz que seu serviço de mensagens no aplicativo não será afetado."Continuaremos a avaliar as circunstâncias em evolução na Rússia para determinar quando poderemos retomar totalmente nossos serviços com a segurança como nossa principal prioridade", diz a empresa.Estima-se que existam 70 milhões de usuários mensais do TikTok na Rússia.Várias organizações internacionais de mídia - entre elas, a BBC - suspenderam seu trabalho na Rússia, citando preocupações com a segurança de seus funcionários com a nova lei.
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