Um vídeo em que um míssil parece atingir Beirute antes das graves explosões que destruíram bairros inteiros no último dia 4 de agosto foi compartilhado centenas de vezes em redes sociais.
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A legenda acompanha uma gravação na qual um míssil parece atingir a capital libanesa, desencadeando a segunda e maior explosão.
Alegação semelhante aparece em diversas outras postagens em português (1, 2, 3), espanhol e árabe, somando mais de mil compartilhamentos em cerca de 24 horas. “Veja o Real Motivo da Explosão Secundária em Beirute”, escreveu outro usuário ao compartilhar as imagens.
Em árabe, o vídeo foi associado a uma suposta declaração em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria assumido responsabilidade pela tragédia no Líbano. A equipe de checagem da AFP já desmentiu essa alegação.
Vídeo editado
Mas o vídeo compartilhado nas redes sociais é uma montagem.
A equipe de checagem da AFP em Beirute reconheceu a gravação viralizada, que foi amplamente reproduzida por veículos de comunicação libaneses horas após a explosão. No vídeo publicado originalmente pelos sites não havia, contudo, qualquer vestígio de um míssil.
Abaixo, o vídeo que começou a circular na noite de terça-feira, imediatamente após a explosão, no qual não há míssil.
Ao comparar a versão do vídeo que circula desde o último dia 4 de agosto, com as imagens compartilhadas nas redes sociais, é possível concluir que o míssil foi acrescentado posteriormente na gravação.
De acordo com autoridades do Líbano, não há, até o momento, indícios de que as explosões tenham sido desencadeadas deliberadamente.
Como explicou o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, a causa mais provável da tragédia seria um incêndio em um depósito com cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no porto de Beirute.
Em resumo, o vídeo compartilhado nas redes sociais não mostra um míssil provocando as explosões que devastaram Beirute no último dia 4 de agosto. A gravação foi editada para acrescentar o míssil.