Horas antes de a Argentina iniciar a campanha de vacinação contra a covid-19, no dia 29 de dezembro, uma fotografia da atual vice-presidente, Cristina Kirchner, recebendo a vacina, começou a viralizar nas redes sociais. As publicações, compartilhadas milhares de vezes, denunciam que ela quebrou "todo tipo de protocolo", já que nem Kirchner nem a enfermeira vista na imagem usam máscaras ou luvas, medidas preventivas contra a covid-19. Mas na verdade a foto foi tirada durante a campanha de vacinação contra a gripe de 2013.
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A imagem também circulou em espanhol, inclusive com a hashtag “YoNoMeVacuno” (eu não me vacino).
No entanto, uma busca reversa pela imagem revela que, na verdade, ela data de 2013. A própria Kirchner postou no Twitter em março daquele ano, durante a campanha de vacinação antigripal.
Hoy, recibiendo la vacuna antigripal, gratuita, de la Campaña Nacional de Vacunación que empezamos el martes pasado. pic.twitter.com/m6O4jYqKhU
— Cristina Kirchner (@CFKArgentina) March 22, 2013
Vários veículos de mídia argentina (1, 2) noticiaram a aplicação da vacina na então presidente do país (2007-2015).
O primeiro carregamento com 300.000 doses da Sputnik V chegou à Argentina de Moscou em 24 de dezembro. O acordo com a Rússia inclui mais 19,7 milhões de doses, que serão entregues entre janeiro e fevereiro, com opção de compra de mais cinco milhões. A Sputnik V é administrada em duas doses com um intervalo de 21 dias.
A Argentina aprovou a Sputnik V "em caráter emergencial" no dia 23 de dezembro, naquela que foi a primeira autorização recebida na América Latina para a vacina que já é aplicada na Rússia e na Belarus.
Com a vacina, em 29 de dezembro, a Argentina se tornou o quarto país da América Latina a iniciar a vacinação contra o covid-19, depois do México, da Costa Rica e do Chile, que aplicam a vacina do laboratório Pfizer.
Em resumo, a foto da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, recebendo uma vacina é, na verdade, da campanha da gripe de 2013, e não está relacionada à vacinação contra a covid-19.