Desde 3 de janeiro circula nas redes sociais a alegação de que uma cabo do Exército argentino faleceu após receber a vacina russa Sputnik V, que começou a ser administrada à população do país sul-americano no último dia 29 de dezembro. Embora a militar realmente tenha falecido por insuficiência cardíaca em 1º de janeiro, ela não havia recebido a vacina contra a covid-19, segundo fontes do Exército e autoridades locais.
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China aumenta pressão em Hong Kong com a detenção de mais de 50 opositoresBitcoin quebra recorde e supera US$ 35 milPor que o Irã está retomando enriquecimento do urânio a 20%?“Vacina contra a covid-19 mata o vacinado”, comentou um usuário ao replicar a história, que também circula amplamente em espanhol.
Em um comunicado de 2 de janeiro de 2021, o Exército argentino confirmou a morte da cabo Victoria Domínguez no Hospital de Zapala, na província de Neuquén, por “uma taquiarritmia por insuficiência cardíaca como resultado de um tromboembolismo pulmonar”, mas rejeitou as alegações de que a morte estaria relacionada à vacinação contra a covid-19.
“Da mesma forma, e diante dos rumores infundados que circulam nas redes sociais, queremos esclarecer que a suboficial integrante do Exército argentino não foi vacinada contra a covid-19 em nenhuma de suas variantes”, indica o documento.
O plano de vacinação previsto pelas autoridades nacionais prioriza os profissionais de saúde, seguidos pelos maiores de 70 anos e aqueles que vivem em estabelecimentos geriátricos, e posteriormente os maiores de 60. Em uma quarta etapa são incluídos os membros das forças de segurança.
O número de trabalhadores de centros de saúde públicos e privados estimado pelo governo argentino é de 763.000 pessoas. Em 2 de janeiro de 2020, o ministro da Saúde, Ginés González García, detalhou que 32.103 doses da vacina Sputnik V haviam sido administradas a profissionais de saúde por todo o país.
O primeiro relatório oficial de monitoramento da segurança dessa campanha de vacinação foi publicado pelo governo em 31 de dezembro de 2020 e detalha que haviam sido registrados 317 “eventos supostamente atribuídos à vacinação e imunização”, ou seja, o equivalente a cerca de 0,9% das doses administradas. Desses eventos, 94% correspondiam a sintomas como febre, dor de cabeça, mialgia e reação no local da injeção. Nenhuma morte foi reportada.
Em resumo, a cabo do Exército argentino que faleceu em 1º de janeiro na província de Neuquén não havia recebido a vacina contra a covid-19, como afirmam incorretamente nas redes sociais.