Jornal Estado de Minas

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No início do carnaval de 2020 ainda não havia casos registrados de covid-19 no Brasil

Voltaram a circular nas redes sociais em 2021 publicações alegando que os governadores não cancelaram o carnaval de 2020, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro ter decretado o estado de emergência no país devido ao novo coronavírus.



As postagens, compartilhadas mais de 10 mil vezes desde abril do ano passado, também sugerem que, ao contrário de Bolsonaro, os governadores teriam “assumido o risco” da propagação da covid-19. Elas omitem, entretanto, que o decreto não determinava a suspensão de eventos e que, quando o carnaval começou, ainda não havia sido registrado nenhum caso da doença no Brasil. 

“Quem é irresponsável? Bolsonaro decretou estado de emergência dia 03/FEV/2020 18 dias antes do carnaval. Mesmo assim governadores assumiram o risco e não cancelaram o carnaval”, diz o texto de um das publicações compartilhadas no Facebook (1, 2, 3), no Instagram e no Twitter.

O estado de emergência citado nas publicações foi declarado na portaria n° 188, de 3 de fevereiro de 2020, pelo então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta “em decorrência da Infecção Humana pelo novo Coronavírus”.

Além da declaração do estado de emergência em saúde pública, o texto da portaria estabelece o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-nCoV) como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência nacional e indica as suas competências. Não há em nenhum trecho dessa portaria qualquer referência ao cancelamento de eventos públicos ou privados em território nacional.





No mesmo dia da publicação do decreto, Mandetta esclareceu à imprensa que o estado de emergência - em geral ativado quando são confirmados casos transmitidos em solo nacional - havia sido declarado para viabilizar a repatriação de brasileiros que estavam na cidade chinesa de Wuhan, onde o coronavírus foi detectado no mês de dezembro de 2019.

Dias antes, em 31 de janeiro, Mandetta havia afirmado em entrevista ao programa Bastidores do Poder, da Rádio Bandeirantes, que o momento era de calma e tranquilidade, e mencionou o carnaval: 

“Preocupa sim o Carnaval. Nós temos centenas de navios que virão na nossa costa durante o Carnaval, temos voos internacionais. Não existe recomendação específica. A recomendação é lavar as mãos, fazer o máximo de higiene. Enfim, ter bom senso porque existe um vírus novo no mundo. Não tem como a gente parar a vida", disse Mandetta. 

Como ainda não havia evidências de que o novo coronavírus circulava no Brasil, os governadores não cancelaram o carnaval, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de fevereiro. No último dia da festa, em 25 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso da doença no país: um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que havia estado na Itália, que se tornaria o próximo epicentro da doença





É, portanto, enganosa a alegação das publicações que afirmam que governadores assumiram o risco ao não cancelarem o carnaval após a decretação do estado de emergência. Não houve nenhuma recomendação por parte do governo federal para que os festejos fossem cancelados, e o ministro da Saúde afirmou que não havia indicação específica para a celebração. Além disso, o carnaval começou antes da confirmação do primeiro caso da covid-19 no Brasil. 

O que é um lockdown?

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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).





  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.





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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

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Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

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Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.



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