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A atriz Natalie Portman rejeitou o Prêmio Gênesis de Israel em 2018, não em 2021

A fala de Natalie Portman circulou em meio ao confronto entre Israel e grupos palestinos armados desde o início de maio


21/05/2021 20:40 - atualizado 21/05/2021 20:40


 

Captura de tela feita em 20 de maio de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 20 de maio de 2021 de uma publicação no Facebook
Publicações afirmando que a atriz Natalie Portman, que é norte-americana e israelense, rejeitou o Prêmio Gênesis concedido por Israel a quem se compromete com os valores judaicos foram compartilhadas mais de 13 mil vezes nas redes sociais desde o último 30 de abril. Mas a atriz recusou o prêmio em 2018, e não em 2021, como sugerem algumas postagens publicadas em meio à nova escalada de tensões entre israelenses e palestinos.

 

“A atriz Natalie Portman, nascida em Israel, rejeita o prémio Gênesis do seu país natal, dotado com um milhão de dólares”, indicam as legendas das publicações que circularam no Facebook (1, 2) e Twitter.

 

Outras ainda assinalam que a atitude de Portman foi de “altruísmo e defesa da justiça ao povo Palestino”.

 

Compartilhado também em espanhol, o texto continua: “Eu não frequento o prémio Gênesis porque eu não quero aparecer ao lado de Benjamin Netanyahu. Israel foi criado há 70 anos como um refúgio para as vítimas do holocausto, mas o maltrato para aqueles que sofrem as atrocidades de hoje não casa com os meus valores judeus”.

 

A fala de Natalie Portman circulou em meio ao confronto entre Israel e grupos palestinos armados desde o início de maio. 

 

No último dia 20, contudo, Israel e o Hamas, movimento islamista no poder na Faixa de Gaza, aprovaram um cessar-fogo depois de dez dias de violentos enfrentamentos que deixaram pelo menos 232 mortos do lado palestino e 12 em Israel. 

 

Cerca de 3.500 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel, dos quais 90% foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea do país, segundo o Exército israelense.

 

Em 2018, a Fundação do Prêmio Gênesis (GPF, na sigla em inglês) premiou Portman por suas “conquistas profissionais, seu compromisso com os valores judaicos e seu envolvimento com muitas iniciativas humanitárias”, entre outros aspectos. 

 

O prêmio é concedido como parte de uma associação entre a Fundação, o gabinete do primeiro-ministro israelense e a Agência Judaica para Israel, e é entregue em uma cerimônia na qual o premiê está presente.

 

De acordo com a Fundação, Portman havia sido informada de que o prêmio era concedido pelo primeiro-ministro, assim como pela associação que existe entre a Fundação e o governo de Israel.

 

Em 19 de abril de 2018, a GPF publicou uma declaração confirmando que Portman não viajaria a Israel para receber a distinção e que foi notificada por um de seus representantes de que “os eventos recentes em Israel haviam sido extremamente angustiantes para ela” e que não se sentia “confortável em participar de eventos públicos em Israel”.

 

A atriz tornou pública a sua recusa ao prêmio em um comunicado divulgado em 20 de abril de 2018. Nele, expressou que a sua decisão foi “mal interpretada por outros”, que não quis recebê-lo porque “não queria que fosse interpretado como um endosso a Benjamin Netanyahu” e que é “crítica” à liderança em Israel, embora isso não significasse que quisesse “boicotar a nação inteira”.

 

Como consequência dessa recusa, a GPF cancelou a cerimônia que estava marcada para 28 de junho de 2018.

 

O prêmio foi concedido em anos anteriores ao ex-prefeito de Nova York Michael Blooomberg e ao ator e produtor Michael Douglas, entre outros, enquanto em 2021 foi outorgado ao cineasta Steven Spielberg.


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