Publicações afirmando que a atriz Natalie Portman, que é norte-americana e israelense, rejeitou o Prêmio Gênesis concedido por Israel a quem se compromete com os valores judaicos foram compartilhadas mais de 13 mil vezes nas redes sociais desde o último 30 de abril. Mas a atriz recusou o prêmio em 2018, e não em 2021, como sugerem algumas postagens publicadas em meio à nova escalada de tensões entre israelenses e palestinos.
“A atriz Natalie Portman, nascida em Israel, rejeita o prémio Gênesis do seu país natal, dotado com um milhão de dólares”, indicam as legendas das publicações que circularam no Facebook (1, 2) e Twitter.
Outras ainda assinalam que a atitude de Portman foi de “altruísmo e defesa da justiça ao povo Palestino”.
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A fala de Natalie Portman circulou em meio ao confronto entre Israel e grupos palestinos armados desde o início de maio.
No último dia 20, contudo, Israel e o Hamas, movimento islamista no poder na Faixa de Gaza, aprovaram um cessar-fogo depois de dez dias de violentos enfrentamentos que deixaram pelo menos 232 mortos do lado palestino e 12 em Israel.
Cerca de 3.500 foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel, dos quais 90% foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea do país, segundo o Exército israelense.
Em 2018, a Fundação do Prêmio Gênesis (GPF, na sigla em inglês) premiou Portman por suas “conquistas profissionais, seu compromisso com os valores judaicos e seu envolvimento com muitas iniciativas humanitárias”, entre outros aspectos.
O prêmio é concedido como parte de uma associação entre a Fundação, o gabinete do primeiro-ministro israelense e a Agência Judaica para Israel, e é entregue em uma cerimônia na qual o premiê está presente.
De acordo com a Fundação, Portman havia sido informada de que o prêmio era concedido pelo primeiro-ministro, assim como pela associação que existe entre a Fundação e o governo de Israel.
Em 19 de abril de 2018, a GPF publicou uma declaração confirmando que Portman não viajaria a Israel para receber a distinção e que foi notificada por um de seus representantes de que “os eventos recentes em Israel haviam sido extremamente angustiantes para ela” e que não se sentia “confortável em participar de eventos públicos em Israel”.
A atriz tornou pública a sua recusa ao prêmio em um comunicado divulgado em 20 de abril de 2018. Nele, expressou que a sua decisão foi “mal interpretada por outros”, que não quis recebê-lo porque “não queria que fosse interpretado como um endosso a Benjamin Netanyahu” e que é “crítica” à liderança em Israel, embora isso não significasse que quisesse “boicotar a nação inteira”.
Como consequência dessa recusa, a GPF cancelou a cerimônia que estava marcada para 28 de junho de 2018.
O prêmio foi concedido em anos anteriores ao ex-prefeito de Nova York Michael Blooomberg e ao ator e produtor Michael Douglas, entre outros, enquanto em 2021 foi outorgado ao cineasta Steven Spielberg.