Jornal Estado de Minas

CHECAMOS

É uma montagem a foto de faixa da CUT com frase sobre obrigação de trabalhar


 

Após os protestos realizados no último dia 29 de maio em várias cidades do Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro, voltou a circular nas redes sociais a fotografia de uma faixa com a frase “Não me obriguem a trabalhar” e, abaixo, o logotipo da Central Única de Trabalhadores (CUT). Mas a imagem, registrada em janeiro de 2015, foi alterada digitalmente e, originalmente, continha os dizeres “Não mexa nos meus direitos”.





 

“Ñ acredito que teve isso!”, diz a legenda de uma das publicações compartilhadas mais de 5,8 mil vezes no Facebook (1, 2, 3) e no Twitter (1, 2, 3) desde 30 de maio de 2021, um dia depois que milhares de pessoas protestaram contra Bolsonaro, em especial por sua gestão da pandemia de covid-19.

 

Apesar de, nas postagens, não haver referência à data em que a fotografia teria sido registrada, usuários deixaram comentários indicando acreditar que a foto seria do último dia 29: “Aglomerados e sem máscaras ... fala sério!!! Kkkk” e “Todos aglomerados e não me obriguem a trabalhar é hilário”.

 

Essa imagem, contudo, já havia circulado nas redes em outros momentos, como em 2015, 2016 e 2019.





 

Por meio de uma busca reversa no Google, o Checamos encontrou a fotografia original, tirada em 28 de janeiro de 2015 por Viviane Barbosa, da Mídia Consulte, para o site da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP.

 

Mas, diferentemente do visto nas publicações viralizadas, a faixa continha a frase: “Não mexa nos meus direitos”. A imagem sofreu alterações digitais, que apagaram as palavras originais e colocaram por cima: “Não me obriguem a trabalhar”

 

Em uma matéria publicada no site da CUT Brasil é possível ver uma fotografia semelhante à presente nas postagens virais ilustrando o seguinte texto: “A CUT e as demais centrais sindicais estarão nas ruas de todo o país em defesa dos direitos e do emprego - que estão em risco com as Medidas Provisórias 664 e 665 – e contra o pacote fiscal anunciado pelo governo federal no início do ano”.

 

As Medidas Provisórias 664 e 665, às quais as centrais sindicais se referem, dizem respeito ao seguro-desemprego e a benefícios de Previdência Social.





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