Após os protestos realizados no último dia 29 de maio em várias cidades do Brasil contra o presidente Jair Bolsonaro, voltou a circular nas redes sociais a fotografia de uma faixa com a frase “Não me obriguem a trabalhar” e, abaixo, o logotipo da Central Única de Trabalhadores (CUT). Mas a imagem, registrada em janeiro de 2015, foi alterada digitalmente e, originalmente, continha os dizeres “Não mexa nos meus direitos”.
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Apesar de, nas postagens, não haver referência à data em que a fotografia teria sido registrada, usuários deixaram comentários indicando acreditar que a foto seria do último dia 29: “Aglomerados e sem máscaras ... fala sério!!! Kkkk” e “Todos aglomerados e não me obriguem a trabalhar é hilário”.
Essa imagem, contudo, já havia circulado nas redes em outros momentos, como em 2015, 2016 e 2019.
Por meio de uma busca reversa no Google, o Checamos encontrou a fotografia original, tirada em 28 de janeiro de 2015 por Viviane Barbosa, da Mídia Consulte, para o site da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP.
Mas, diferentemente do visto nas publicações viralizadas, a faixa continha a frase: “Não mexa nos meus direitos”. A imagem sofreu alterações digitais, que apagaram as palavras originais e colocaram por cima: “Não me obriguem a trabalhar”.
Em uma matéria publicada no site da CUT Brasil é possível ver uma fotografia semelhante à presente nas postagens virais ilustrando o seguinte texto: “A CUT e as demais centrais sindicais estarão nas ruas de todo o país em defesa dos direitos e do emprego - que estão em risco com as Medidas Provisórias 664 e 665 – e contra o pacote fiscal anunciado pelo governo federal no início do ano”.
As Medidas Provisórias 664 e 665, às quais as centrais sindicais se referem, dizem respeito ao seguro-desemprego e a benefícios de Previdência Social.