A captura de tela de um suposto tuíte em que o ex-candidato à Presidência pelo PT Fernando Haddad diz que a “revolução” realizada na Venezuela é um exemplo para todos e parabeniza o presidente do país sul-americano, Nicolás Maduro, foi compartilhada mais de 5 mil vezes em redes sociais desde 22 de junho. O conteúdo, que já havia circulado amplamente em 2018 e 2019, é, no entanto, uma montagem.
Segundo publicações no Facebook (1, 2, 3), Twitter e Instagram, Haddad teria publicado o seguinte texto em 13 de outubro de 2014: “A revolução que acontece na Venezuela, é sem dúvidas uma conquista que deverá ser exemplo para todos os Paises! Parabéns Maduro! Estamos juntos”.
Leia Mais
Declaração do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre uso de máscaras foi dada após orientação dos CDCVídeo de Rui Costa, Jaques Wagner e Otto Alencar dançando forró é anterior à pandemiaO desmaio de Eriksen na Eurocopa não teve relação com a vacina contra a covid-19COVID-19: Oxford não confirmou eficácia da ivermectina, só iniciou estudoCoronaVac é analisada por agência europeia e OMS validou uso emergencialEntretanto, uma busca na conta oficial de Haddad no Twitter mostra que ele não possui nenhum tuíte com o texto viralizado. A suposta publicação também não foi salva nos sites Archive.is, ou Wayback Machine, que podem registrar postagens antigas já deletadas.
No dia citado na captura de tela, ele publicou apenas uma mensagem sobre a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Elementos indicam que tuíte viralizado é, na verdade, uma montagem.
Em uma das primeiras publicações compartilhadas em 2018 no Facebook, é possível ver um erro de concordância na interface da rede social. Na captura de tela, está escrito “2.788 curtida” e não “curtidas”. Postagens viralizadas posteriormente cortaram essa parte da imagem.
Além disso, em todas as publicações, o nome da conta de Haddad aparece sem o símbolo de “@”, que consta normalmente no Twitter, como demonstrado abaixo:
A mensagem também possui erros de português, ao separar o sujeito do verbo com vírgula (“A revolução que acontece na Venezuela, é”) e escrever a palavra países sem o acento agudo, o que destoa da norma habitualmente utilizada por Haddad na rede social.
Este tipo de captura, como a viralizada, pode ser obtida por meio de montagens, acrescentando o texto sobre um fundo real, ou alterando o código HTML de uma página ou tuíte.
Conteúdo semelhante a este já foi verificado pelos sites Aos Fatos e o projeto Comprova.