Publicações compartilhadas centenas de vezes em redes sociais asseguram que a halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard, que foi selecionada como a primeira atleta olímpica transgênero, sofreu uma lesão no testículo algumas semanas antes dos Jogos de Tóquio. No entanto, a alegação teve origem em um site satírico. Até 20 de julho de 2021, não há nenhum registro de que Hubbard tenha sofrido uma lesão do tipo.
“Levantadora de peso feminina sofre uma lesão trágica no testículo semanas antes das Olimpíadas de Tóquio”, diz o texto que acompanha uma foto de Hubbard em publicações compartilhadas ao menos desde o último dia 26 de junho no Facebook (1, 2, 3), Instagram e Twitter.
Hubbard foi selecionada como a primeira atleta olímpica transgênero antes dos Jogos de Tóquio, em uma decisão histórica do Comitê Olímpico Neozelandês.
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O vídeo de uma grande manifestação foi gravado no Haiti em 2019, não em CubaEsta imagem não mostra um protesto em Paris contra a vacinação em 2021, ela é de 2018Dados oficiais mostram que imunização com a CoronaVac não fracassou no Uruguai e no ChileA halterofilista, que já competiu como homem, se tornou elegível para disputar a categoria feminina após mostrar que os níveis de testosterona em seu sangue estavam abaixo do limite exigido pelo Comitê Olímpico Internacional.
No entanto, a história sobre a lesão surgiu em um site satírico.
Uma busca por palavras-chave no Google levou a este artigo publicado no site The Babylon Bee no último dia 21 de junho, mesmo dia em que foi anunciado que Hubbard representaria a Nova Zelândia nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Algumas publicações em português citam esse mesmo site como fonte da informação.
O Babylon Bee é, no entanto, um site satírico. “O Babylon Bee é o melhor site de sátira do mundo, totalmente inerrante em todas as suas afirmações de veracidade”, diz a seção de descrição do site que se apresenta como “sua fonte confiável de sátira de notícias cristãs”.
Até 20 de julho, não houve nenhum registro de que Hubbard tenha sofrido uma lesão do tipo.
Pelo contrário, no último dia 17, o Comitê Olímpico Neozelandês confirmou a participação de Hubbard nos Jogos, afirmando que a equipe quer ajudar a halterofilista a lidar com a atenção que suscita em Tóquio.
A equipe de checagem da AFP já verificou o que se sabe sobre a participação da primeira atleta transgênero em uma Olimpíada.