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Polícia de Nova York não prendeu criança por não comprovar vacinação


 

Um vídeo de uma menina sendo escoltada por policiais somou mais de 148 mil interações nas redes sociais desde 23 de janeiro de 2022. Os usuários afirmam que a criança foi presa no Museu de História Natural de Nova York por se recusar a mostrar seu certificado de vacinação contra a covid-19. Mas isso é falso. O Departamento de Polícia de Nova York e o museu disseram à AFP que ela foi levada ao local por adultos que protestavam contra a exigência da imunização na cidade. Os manifestantes foram detidos, por se recusarem a sair do museu no horário de fechamento, mas a garota foi apenas escoltada para fora do prédio, detalharam.





“Em Nova York, uma garotinha de 9 anos de idade foi presa por não ter passaporte da vac*ina. Não é por Saúde, é por controle!”, diz uma publicação compartilhada no Instagram (1, 2, 3). O mesmo vídeo circula no Facebook (1, 2, 3) e no Twitter (1, 2, 3).

Conteúdo semelhante também circulou em espanhol (1, 2, 3) e em inglês.

A cidade de Nova York exige a comprovação de vacinação contra a covid-19 para refeições em ambientes fechados, academias e locais como museus. Tais certificados geraram controvérsia e provocaram protestos na cidade e em outros lugares nos Estados Unidos.



A criança, no entanto, não foi presa, e a polícia não foi chamada porque ela não apresentou o comprovante de vacinação.

O sargento da polícia de Nova York Edward Riley disse à AFP que seis manifestantes e uma menina foram impedidos de entrar no museu em 19 de janeiro de 2022 por se recusarem a comprovar a vacinação contra a covid-19.

Os manifestantes, então, “permaneceram no saguão do museu e se recusaram a sair”, disse Riley. Ele afirmou também que essas pessoas ficaram no local além do horário de fechamento, às 17h30.

Nesse momento, “os policiais foram chamados ao local e prenderam os manifestantes aproximadamente às 18h por se recusarem a deixar a propriedade quando solicitados, de acordo com a lei, por funcionários do museu e pelo Departamento de Polícia de Nova York devido ao fechamento do museu”.

A criança não foi presa, disse Riley: “Um dos manifestantes estava com sua filha. Nenhuma ação policial foi tomada contra ela”.

Um vídeo publicado no Twitter por uma conta que diz estar “reportando sobre o movimento contra a obrigatoriedade em Nova York” mostra que os adultos estavam algemados ao serem retirados do museu, mas não a menina.



Riley afirmou: “Os seis manifestantes e a filha foram levados à 20ª Delegacia, onde os seis manifestantes receberam uma intimação por invasão e foram liberados”.

Anne Canty, vice-presidente sênior do Museu de História Natural, confirmou essa versão.

“Na hora de fechar, eles se recusaram a sair e foram detidos pelo Departamento de Polícia de Nova York e escoltados para fora do Museu. Entre o grupo estava uma criança, que não foi presa”, disse à AFP.

Canty afirmou que os manifestantes chegaram ao museu entre 14h e 15h, sugerindo que permaneceram no saguão por até três horas antes de serem removidos pela polícia.

O New York Freedom Rally, uma organização que se descreve como formada por “cidadãos pelo consentimento informado”, referiu-se aos manifestantes como seus “combatentes pela liberdade” em uma publicação no Facebook, mas não confirmou à AFP se o grupo era afiliado à organização.

Em outra publicação, a organização lamentou a detenção temporária dos manifestantes e especificou que a criança foi escoltada em outro veículo.

Outras verificações da AFP sobre a pandemia de covid-19 e vacinas podem ser vistas aqui.



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