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Estado de Minas CHECAMOS

Segundo o CEO da Pfizer, duas doses da vacina dão uma proteção limitada contra a ômicron

As declarações completas do executivo deixam claro que ele se referia à eficácia das duas doses contra a variante ômicron, não contra a covid-19 em geral


04/02/2022 10:35 - atualizado 04/02/2022 11:18

Desde 10 de janeiro de 2022, publicações nas redes sociais e sites asseguram que o diretor-geral da Pfizer, Albert Bourla, “admitiu” que duas doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela gigante farmacêutica oferecem uma “proteção muito limitada, isso se houver alguma”, sugerindo que ele se referia à doença. Mas isso é enganoso: as declarações completas de Bourla deixam claro que ele se referia à eficácia das duas doses contra a variante ômicron, não contra a covid-19 em geral.


“‘E sabemos que 2 doses da vacina oferecem proteção muito limitada, ISSO SE HOUVER ALGUMA. 3 doses com reforço, oferecem proteção RAZOÁVEL contra hospitalização e mortes’ (Albert Bourla, CEO Pfizer)”, diz a legenda de uma publicação no Telegram visualizada mais de 16 mil vezes.

Mensagens semelhantes foram compartilhadas mais de 870 vezes no Twitter (1, 2), no Facebook (1, 2), no Instagram (1, 2) e em sites (1, 2).
Captura de tela com x indicando que o conteúdo é falso
Captura de tela feita em 31 de janeiro de 2022 de uma publicação no Twitter ( . / )

Alegações similares também circulam em inglês e espanhol.

Algumas das publicações incluem imagens de uma entrevista com Bourla, outras o vídeo. A entrevista completa foi publicada em 10 de janeiro no Yahoo! Finanças e contém a gravação com a transcrição simultânea.

Nela, fica claro que Bourla se referia às limitações de duas doses da vacina desenvolvida pela Pfizer-BioNTech contra a variante ômicron, que tem causado recorde de casos de covid-19 em todo o mundo em poucas semanas.

“A situação se deteriorou por causa da ômicron, que teve um aumento muito rápido”, disse Bourla. “É uma doença que se manifesta um pouco menos, em termos de suavidade. Ou seja, é mais leve. Mas, já se sabe, devido às taxas mais elevadas de infecção, ainda assim, os hospitais, em números absolutos, estão vendo o crescimento em termos de casos graves, ocupação de UTIs etc etc”.

“Sabemos que as duas doses da vacina oferecem uma proteção muito limitada, se houver alguma. As três doses, com o reforço, oferecem proteção razoável contra a hospitalização e as mortes (e, novamente, isso é, acredito, muito bom) e menos proteção contra a infecção”, acrescentou.

A emissora norte-americana CNBC relatou declarações semelhantes de Bourla, também específicas sobre a variante ômicron: “As duas doses não são suficientes para a ômicron”. E “a terceira dose da vacina atual está fornecendo uma proteção muito boa contra as mortes, e uma proteção decente contra as hospitalizações”.

Em 11 de janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou que, no ritmo de transmissão do vírus, mais da metade da população da Europa estará infectada com a variante ômicron nas seis ou oito semanas seguintes.

Além disso, advertiu que “para a variante ômicron, o perfil de mutação e os dados preliminares sugerem que a vacina será menos eficaz contra a doença sintomática causada por essa variante, mas com maior probabilidade de continuar protegendo das formas graves de doença”.

O AFP Checamos já verificou outras alegações referentes ao CEO da Pfizer (1, 2, 3).


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