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Fenômeno que afasta a Terra do Sol acontecerá em 4 de julho de 2022 e não afetará a saúde humana

Fontes especializadas e uma astrônoma consultadas pela AFP garantem que não estão previstos efeitos significativos no clima ou saúde no Planeta


10/05/2022 20:07 - atualizado 11/05/2022 09:37

Publicações nas redes sociais alertavam, em abril de 2022, que o 'fenômeno afélio', quando a Terra está mais distante do Sol, estaria prestes a começar.

De acordo com as mensagens, o evento teria como consequência baixas temperaturas e efeitos negativos na saúde humana. No entanto, o próximo afélio ocorrerá em 4 de julho de 2022 e não são previstos efeitos significativos no clima ou na relação com a saúde das pessoas, segundo fontes especializadas e uma astrônoma consultada pela AFP.

'A partir de amanhã, às 05h27, vivenciaremos o FENÔMENO APHELION, onde a Terra estará muito distante do Sol. Não podemos ver o fenômeno, mas podemos sentir seu impacto.  Isso vai durar até agosto. Teremos um clima frio mais do que o clima frio anterior, o que afetará a gripe, tosse, falta de ar, etc.', dizem publicações compartilhadas no Facebook majoritariamente em abril de 2022.

O texto, que também circula em inglês e espanhol, continua: 'A distância da Terra ao Sol é de 5 minutos-luz ou 90.000.000 km.  O fenômeno do afélio a 152.000.000 km.  66% a mais. Assim, o ar fica mais frio e o impacto no corpo não é bom porque ele não está acostumado com essa temperatura'.
Captura de tela feita em 5 de maio de 2022 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 5 de maio de 2022 de uma publicação no Facebook

O afélio, também conhecido como 'aphelion', é o fenômeno astronômico que ocorre nos anos em que a Terra está mais distante do Sol. Segundo a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, ele não ocorrerá 'amanhã', como sugerem as publicações virais, mas no início de julho.

De acordo com informações do site do Planetário de Montevidéu, o próximo afélio acontecerá em 4 de julho de 2022 às 4h10 locais (7h10 GMT), com uma distância entre os dois corpos astronômicos de 152.098.455 quilômetros, quando em média a distância é 150.000.000 quilômetros, o que equivale a 8,3 minutos-luz ou a uma unidade astronômica.

Isso ocorre porque o caminho da Terra ao redor do Sol é elíptico e não circular, por isso há momentos em que nosso planeta está mais longe do Sol e outros mais próximos (periélio), explica o site.

No entanto, a distância entre nosso planeta e o Sol 'varia muito pouco' e a diferença entre o afélio e o periélio não ultrapassa 3%, explicou à AFP Andrea Sánchez, doutora em astronomia pela Universidade da República, no Uruguai.

Além disso, esse fenômeno não tem 'absolutamente nenhuma' relação com o clima ou com consequências prejudiciais para a saúde humana, afirmou a astrônoma:

'Todo ano passamos pelo afélio' e 'uma confusão muito comum [que as pessoas têm] é que [acreditam que] as estações são determinadas pela distância Sol-Terra, e não são', acrescentou.

Sánchez explicou que a mudança das temperaturas durante as estações do ano se deve ao fato de que o eixo de rotação da Terra é inclinado e 'isso determina que em uma determinada estação o Hemisfério Sul receba mais radiação solar, e em outra, o Hemisfério Norte'. No entanto, observou que há mais fatores que afetam a variação do clima, 'não apenas a distância para o Sol'.


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