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Estado de Minas CHECAMOS

O anúncio da impugnação da candidatura de Lula na Rede Globo foi feito em 2018, não em 2022

TSE deferiu candidatura de Lula e ele concorre às eleições de 2022; vídeo dizendo o contrário é fake news


16/09/2022 19:27 - atualizado 17/09/2022 07:52

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá concorrer às eleições de 2022, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deferir a sua candidatura.

No entanto, um vídeo compartilhado mais de 30.000 vezes nas redes sociais de um plantão da Rede Globo anunciando que ele teve o seu registro rejeitado circula desde agosto de 2022 como se correspondesse à votação de outubro.

A gravação, contudo, é de 2018, quando o petista realmente não pôde concorrer devido à Lei da Ficha Limpa.

'URGENTE: TSE NEGA REGISTRO DE CANDIDATURA À LULA', afirma uma das publicações que circulam no YouTube, Facebook e Kwai (1, 2, 3). A gravação também foi enviada ao WhatsApp do AFP Checamos para verificação.
Captura de tela feita em 16 de setembro de 2022 de uma publicação no Kwai
Captura de tela feita em 16 de setembro de 2022 de uma publicação no Kwai ( . / )

No vídeo, a jornalista Renata Lo Prete, da TV Globo, aparece fazendo o anúncio do indeferimento da candidatura de Lula durante um plantão do Jornal da Globo.

Uma busca reversa pelas imagens mostrou, contudo, que o programa em questão foi ao ar em 31 de agosto de 2018.

Na ocasião, o ex-mandatário teve o registro negado para disputar as eleições à Presidência da República, por 6 votos a 1, durante uma plenária do TSE. A decisão seguiu o entendimento do relator do pedido na Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, que declarou a inelegibilidade de Lula com base na Lei da Ficha Limpa.

Os ministros acolheram uma contestação do Ministério Público, que apontou a inelegibilidade de Lula a partir da Lei Complementar 135/2010, que prevê a proibição de candidaturas de políticos condenados em órgãos colegiados da Justiça.

Em 2017, a 13ª Vara Federal de Curitiba declarou Lula culpado por receber uma cobertura tríplex na cidade de Guarujá, em São Paulo, como propina da construtora OAS.

Em janeiro de 2018, veio a condenação em segunda instância, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) aumentou a pena do ex-mandatário para 12 anos e 1 mês de prisão. Em abril de 2019, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação, mas reduziu a pena para 8 anos e 10 meses de reclusão.

Ainda em 2019, Lula foi novamente condenado pela 13ª vara de Curitiba, dessa vez a 12 anos e 11 meses, acusado de receber propinas das construtoras OAS e Odebrecht por meio de reformas de um sítio em Atibaia (SP), em troca de contratos com estatais.

A condenação foi confirmada em segunda instância pelo TRF-4, que aumentou a pena para 17 anos e 1 mês de prisão, além do pagamento de multa.

Lula ficou preso de 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019 em Curitiba, quando saiu uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que passou a considerar inconstitucional a prisão até que esgotem todos os recursos legais disponíveis.

Em março de 2021, todas as condenações contra ele foram anuladas por questões processuais, e ele recuperou o direito a se apresentar como candidato.

Nas eleições gerais de 2022, ao contrário do que é divulgado nas publicações, o TSE aprovou por unanimidade o registro da candidatura de Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), seu vice-presidente na chapa, no último dia 8 de setembro.

Na sessão, o ministro relator do processo, Carlos Horbach, julgou improcedentes as impugnações propostas contra a atual candidatura do ex-presidente.

Conteúdo semelhante já foi verificado anteriormente pelo AFP Checamos.


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