Um vídeo em que o general Augusto Heleno afirma que uma pessoa corre risco de sofrer um 'atentado terrorista' não tem relação com o tiroteio que interrompeu o ato de campanha do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 17 de outubro de 2022.
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O conteúdo circula nas redes desde 15 de outubro de 2022, mas ganhou maior tração nas redes após uma carreata do candidato ao governo de São Paulo ter sido interrompida por uma troca de tiros em Paraisópolis dois dias depois.
No vídeo, o general explicava porque uma pessoa, cujo nome não é dito, não poderia comparecer a um debate contra Fernando Haddad (PT), que disputará o governo de São Paulo com Tarcísio de Freitas no segundo turno, no próximo dia 30 de outubro.
'É que ele está realmente ameaçado, e não é com mero tiro de sniper. É um atentado terrorista onde tem uma organização criminosa, que eu não vou citar o nome por motivos óbvios, comprovado por mensagem, por escutas telefônicas. Isso é absolutamente verídico', diz Heleno na sequência.
No entanto, uma busca pelas palavras-chave 'General Heleno', 'atentado' e 'debate' levou ao mesmo vídeo publicado em um canal no YouTube em 24 de outubro de 2018, quase quatro anos antes do tiroteio que interrompeu o ato de Tarcísio.
Na época, diversos meios de comunicação reportaram a divulgação do vídeo (1, 2), explicando que a fala de Heleno era para justificar a ausência de Bolsonaro no debate que seria realizado pela TV Globo em 26 de setembro de 2018, justamente contra Haddad, então candidato à Presidência.
O encontro do atual presidente com seu adversário no segundo turno daquela eleição acabou sendo cancelado devido à ausência de Bolsonaro.
Algumas semanas antes da divulgação do vídeo, Bolsonaro havia sofrido um atentado à facada de Adélio Bispo em Juiz de Fora (MG).