O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, não publicou um tuíte em que parabenizou Nicolás Maduro pela 'revolução' venezuelana e disse que o país era um exemplo a ser seguido. As primeiras postagens sobre o tema datam de outubro de 2018, mas voltaram a circular em 2022 em meio à campanha eleitoral ao governo estadual. Desde o último dia 7 de outubro, as publicações virais já acumulam mais de 2 mil compartilhamentos.
Segundo publicações no Facebook e Twitter, Haddad teria tuitado o seguinte texto em 13 de outubro de 2014: 'A revolução que acontece na Venezuela, é sem dúvidas uma conquista que deverá ser exemplo para todos os Paises! Parabéns Maduro! Estamos juntos'.
Em junho de 2021, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), também compartilhou a alegação, que voltou a circular nas redes às vésperas do segundo turno da eleição para o governo do estado de São Paulo.
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Proposta de Erundina citada por Bolsonaro reduzia influência sobre o STFFala do general Heleno sobre risco de atentado era sobre Bolsonaro em 2018, não Tarcísio de FreitasLei contra discriminação de comunidade LGBT no Maranhão não cita uso de banheiros'CPX', inscrito em boné usado por Lula, é sigla referente a complexo de favelas, não ao tráficoÉ montagem tuíte que Lula diz que confiscará poupanças para manter auxílioEntretanto, uma busca na conta oficial de Haddad no Twitter mostra que ele não tem nenhum tuíte com o texto viralizado. A suposta publicação também não foi salva nos sites Archive.is, ou Wayback Machine, que podem registrar postagens antigas já deletadas.
No dia citado na captura de tela, ele publicou apenas uma mensagem sobre a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Além disso, elementos indicam que tuíte viralizado é, na verdade, uma montagem.
Em uma das primeiras publicações, compartilhadas em 2018 no Facebook, é possível ver um erro de concordância na interface da rede social. Na captura de tela, está escrito '2.788 curtida' e não 'curtidas'. Postagens viralizadas posteriormente cortaram essa parte da imagem.
Além disso, em todas as publicações, o nome da conta de Haddad aparece sem o símbolo de '@', que consta normalmente no Twitter, como demonstrado abaixo:
A mensagem também tem erros de português, ao separar o sujeito do verbo com vírgula ('A revolução que acontece na Venezuela, é') e escrever a palavra países sem o acento agudo, o que destoa da norma habitualmente utilizada por Haddad na rede social.
Esse tipo de captura, como a viralizada, pode ser obtida por meio de montagens, acrescentando o texto sobre um fundo real, ou alterando o código HTML de uma página ou tuíte.
Conteúdo semelhante já foi verificado pelo Aos Fatos e Projeto Comprova.