O homem de máscara que aparece chorando em vídeo não é a pessoa conhecida como Sarneyzinho do Maranhão durante sua prisão por ameaçar de morte o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
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Bolsonaro não decretou saída de políticos do BrasilLula não responde a processos nos EUA e pode ter passaporte diplomático como ex-presidenteVídeo em que Bolsonaro diz que fará 'tudo que for legal' é de 2021'Sarneyzinho do Maranhão, o tigrão que disse que iria apagar Alexandre de Moraes virou tchutchuca quando chegou a dura', afirma uma das publicações compartilhadas no Facebook.
Postagens com alegação similar também circulam no Twitter, no TikTok, no Kwai e no LinkedIn.
No vídeo, um homem usando máscara aparece chegando a um local cercado por outras pessoas enquanto chora e grita. No texto sobreposto à gravação há frases como: 'A fatura chegou, não adianta chorar, vamos pegar o mito agora' e 'direita, vocês só aprendem assim na 'p0rrada' o dó'.
Usuários alegam que o homem visto na gravação viral é Antônio José Santos Saraiva, conhecido como Sarneyzinho do Maranhão, que foi preso pela Polícia Federal em 16 de dezembro de 2022 por ameaçar de morte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele chegou a dizer que havia colocado 'seus homens à disposição para executar' o magistrado.
No entanto, uma busca reversa por capturas de tela usando a ferramenta InVid-WeVerify* levou à gravação publicada em dezembro de 2021 no portal de notícias UOL.
O homem que aparece na sequência é, na verdade, Luciano Augusto Bonilha Leão, um dos acusados de ser responsável pelo incêndio na Boate Kiss, em 27 de janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria (RS).
Nas imagens, Bonilha Leão chegava ao julgamento do caso. Pouco depois, ele passou mal e precisou de atendimento médico. À época, veículos de imprensa divulgaram amplamente o ocorrido (1, 2, 3).
Bonilha Leão é ex-produtor musical da banda 'Gurizada Fandagueira', que tocava na boate na noite do incêndio. Ele e outras pessoas envolvidas no caso foram condenadas pelo júri popular em razão do incêndio que deixou 142 mortos. O julgamento, no entanto, foi anulado em agosto de 2022 e os réus foram soltos.
*Uma vez instalada a extensão InVid-WeVerify no navegador Chrome, clica-se com o botão direito sobre a imagem e o menu que aparece oferece a possibilidade de pesquisa da mesma em vários buscadores.