O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não 'ignorou' os militares durante a cerimônia de posse, como alegam publicações compartilhadas milhares de vezes desde 1º de janeiro de 2023. Na verdade, as imagens compartilhadas nas redes mostram o momento em que o petista cumpre uma etapa do cerimonial, prevista em decreto, passando em frente às tropas das Forças Armadas para fazer a revista. Em seguida, ele fez uma saudação à bandeira, como também é determinado pelo protocolo.
'Forças armadas prestam continência a lulla, mas são COMPLETAMENTE IGNORADAS', diz a legenda de uma das publicações compartilhada no Twitter, no Facebook, no Instagram e no Telegram.
A mensagem acompanha uma foto de Lula na cerimônia de sua posse passando em frente a soldados, que o saúdam batendo continência. No registro, o presidente olha para o lado oposto à tropa.
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Rito cerimonial
As orientações para o rito da posse do presidente da República são descritas no decreto nº 70.274, de 9 de março de 1972, que aprova as normas da solenidade em público. Depois de tomar posse, jurar cumprir a Constituição e discursar aos parlamentares, o presidente é saudado pelo Batalhão da Guarda Presidencial e também por tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica - o momento registrado nas postagens virais.
Sobre esse rito da cerimônia, o decreto determina:
'O Chefe da Missão, ao passar em revista a Guarda de Honra, cumprimentará de cabeça a Bandeira Nacional, conduzida pela tropa, e despedir-se-á do Comandante, na cauda da Guarda de Honra, sem apertar-lhe o mão', diz o texto no parágrafo 15 do artigo 70.
Após ser empossado no Congresso Nacional, Lula seguiu o protocolo e passou as tropas militares em revista, como registrado em transmissão oficial do evento.
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Ao assistir a íntegra da cerimônia constata-se que a imagem que circula nas redes foi capturada após o presidente fazer reverência à bandeira e deslocar-se para o lado, em direção ao comandante que conduziu a honraria.
Essa saudação apenas à bandeira também foi feita por outros ex-presidentes, como Jair Bolsonaro (PL) e Dilma Rousseff (PT).