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Vídeo de bandeira LGBT queimada na Ucrânia circula falsamente vinculado a ato pró-Palestina

O movimento islamita palestino Hamas lançou uma ofensiva por terra, mar e ar contra Israel em 7 de outubro de 2023, ao que se seguiu uma resposta israelense em Gaza. O conflito já deixou mais de 3.700 mortos. Nesse contexto, uma sequência em que uma bandeira LGBT é queimada circula como se tivesse sido filmada em um ato de franceses a favor da Palestina. Publicações com o conteúdo, vistas mais de 750 mil vezes desde 9 de outubro em redes sociais, afirmam ainda que os manifestantes teriam sido sequestrados pelo Hamas. Mas as imagens são de um protesto por direitos LGBT na Ucrânia em 2017.


11/10/2023 15:44 - atualizado 16/10/2023 09:02
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O movimento islamita palestino Hamas lançou uma ofensiva por terra, mar e ar contra Israel em 7 de outubro de 2023, ao que se seguiu uma resposta israelense em Gaza. O conflito já deixou mais de 3.700 mortos. Nesse contexto, uma sequência em que uma bandeira LGBT é queimada circula como se tivesse sido filmada em um ato de franceses a favor da Palestina. Publicações com o conteúdo, vistas mais de 750 mil vezes desde 9 de outubro em redes sociais, afirmam ainda que os manifestantes teriam sido sequestrados pelo Hamas. Mas as imagens são de um protesto por direitos LGBT na Ucrânia em 2017.

'Ativistas franceses que protestavam a favor da Palestina são sequestrados por terroristas do Hamas após levantarem bandeira LGBT no meio da manifestação. Jovens seguem desaparecidos', diz o texto com o vídeo ou capturas de tela da sequência em publicações que circulam no X (antes Twitter), no Instagram, no Facebook e no TikTok.

Captura de tela feita em 9 de outubro de 2023 de uma publicação no X
Captura de tela feita em 9 de outubro de 2023 de uma publicação no X

As mensagens acompanham um vídeo que mostra uma pessoa levantando uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, que depois é queimada por um grupo de jovens. 

O conteúdo passou a circular após a instauração do conflito armado entre Israel e o Hamas, depois da ofensiva surpresa do movimento islamita palestino contra Israel, em 7 de outubro de 2023. 

Até o momento da publicação deste texto, o ataque do Hamas havia deixado mais de 1.200 mortos em solo israelense. Na Faixa de Gaza, pelo menos 1.055 pessoas morreram após a resposta de Israel, segundo autoridades locais. Israel também anunciou ter encontrado os corpos de cerca de 1.500 combatentes do Hamas no local. 

Mas a sequência compartilhada nas redes sociais não tem relação com os acontecimentos recentes.

Uma busca reversa por fragmentos do vídeo levou ao mesmo conteúdo publicado pela AFP em português no YouTube, em 18 de maio de 2017. A agência informa que, durante uma marcha de ativistas pelos direitos da comunidade LGBT na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, um grupo de 30 jovens promoveu ataques a participantes e agentes policiais, além de queimarem uma bandeira com as cores do arco-íris.

Uma nova busca no Google pelas palavras-chave 'ativistas','LGBT' e 'Kharkiv', filtrando pela data em questão, levou a uma matéria da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL). Nela, é mencionado um comunicado publicado no Facebook pela Polícia Nacional da Ucrânia, em 17 de maio de 2017.

No documento, a corporação afirma que dois policiais ficaram feridos e que quatro suspeitos haviam sido detidos e submetidos a investigações.

Marchas do orgulho LGBT já haviam sido alvo de ataques na Ucrânia anteriormente.

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