Um vídeo de uma suposta reportagem do Jornal Nacional em que o médico Drauzio Varella indica um medicamento para impotência é uma montagem. A sequência, visualizada mais de 85 mil vezes nas redes sociais desde pelo menos 12 de setembro de 2023, utiliza imagens antigas com uma falsa narração para anunciar um 'suplemento natural masculino' que teria sido aprovado no Brasil. As filmagens originais são de 2014 e 2021, e não têm nenhuma relação com o produto.
'A MÍDIA COMEÇOU A DIVULGAR Novo tratamento para lmpotência acaba de ser Aprovado no Brasil. Ação Rápida e Efeitos Prolongados. Embalagens Discretas e Entrega Sigilosa', diz uma das publicações compartilhadas no Facebook.
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Em seguida, uma suposta entrevista do médico é exibida, com imagens de embalagens de um 'suplemento masculino' chamado 'Bull Black' sobrepostas ao vídeo.
Mas o conteúdo é falso.
Uma busca reversa por fragmentos do vídeo levou à edição original do Jornal Nacional exibida em 10 de junho de 2021. As imagens do trecho viral foram retiradas do lançamento de uma campanha que mostrava o dia a dia de repórteres da TV Globo, intitulada de 'Fatos e Pessoas'. Essa inscrição aparece no telão atrás dos âncoras do telejornal, que também pode ser visto na sequência viralizada. Os apresentadores não fazem menção a nenhum suplemento.
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Em relação à segunda parte da sequência, uma busca no YouTube pelas palavras-chave 'Drauzio Varella' e 'medicamento' permitiu encontrar uma publicação de 16 de outubro de 2014, no canal oficial do profissional, que traz as mesmas imagens do conteúdo viral.
No vídeo original, ele conversa com Daniel Gianella, endocrinologista do Departamento de Hepatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), sobre fórmulas de medicamentos para emagrecer. Os médicos não recomendam nenhum produto:
Em diversas ocasiões (1, 2, 3), Varella já se pronunciou sobre sua política de não fazer propaganda de remédios ou tratamentos.
No vídeo viral se afirma ainda que o suplemento teria sido aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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A Assessoria de Comunicação da agência explicou à AFP que 'suplementos alimentares não são passíveis de registro, exceto aqueles à base de enzimas ou probióticos', mas que 'é importante lembrar que suplementos não podem fazer alegações terapêuticas, ou de curas de doenças'.