Jornal Estado de Minas

Espaço aberto e amplo

A varanda foi integrada com cozinha gourmet e sala de TV, criando um ambiente agradável para conviver - Foto: Fernanda Berni/Divulgação

A busca por residências com espaços integrados é uma tendência no mercado imobiliário. A possibilidade de otimizar funções pode ser uma boa oportunidade para aqueles que buscam por praticidade e querem fazer várias coisas em um mesmo espaço. “Além disso, o espaço integrado possibilita reunir as pessoas, não somente visitas, mas a própria família que mora no apartamento. Ele aproxima as pessoas e proporciona um convívio maior”, comenta Fernanda Berni, designer de ambientes e consultora do decorador on-line do Shopping Minascasa.
 
Fernanda Berni destaca que a primeira coisa a ser feita ao unificar ambientes é considerar quais funções serão integradas. “A mais buscada, atualmente, é a integração entre a cozinha e a sala de jantar, a chamada cozinha americana. Também podem ser integrados o home office com o quarto ou com a sala e quarto com parte do banheiro”, comenta. Para isso é preciso analisar a viabilidade de quebrar paredes, que auxiliará esse processo.
 
Fernanda Berni, designer de ambientes e consultora do decorador on-line do Shopping Minascasa, considera fundamental conhecer o perfil dos moradores antes de realizar o projeto - Foto: Fernanda Berni/Divulgação 
 
Além disso, a designer de interiores Fabiana Visacro avalia a necessidade de perceber a dinâmica do cliente. “Como os ambientes abertos são uma tendência mundial, muitas vezes o cliente pode pedir por isso, mas dá para perceber que aquela não é a dinâmica da família dele”, pontua.
Visacro exemplifica com uma vivência pessoal do cotidiano da própria família. “Na minha própria casa, tenho ambientes que poderiam ser integrados, mas opto por não fazê-lo. Por um funcionamento da minha família, gosto que seja privado. Tenho uma sala de TV fechada que foi pensada para curtir os momentos com minhas filhas. Momentos só nossos. Por isso, é fundamental entender como aquela família vive”, frisa.
 
As vantagens, segundo Visacro, dizem respeito à aproximação das pessoas, ao fortalecimento de vínculos, à oportunidade de, dentro da família, as pessoas estarem presentes umas nas vidas das outras. “Com espaços integrados a família aproveita mais tempo junta.
Se você tem uma cozinha integrada à sala, por exemplo, você está conectada com o filho que assiste à TV enquanto você cozinha. Isso pode ser uma porta de entrada para o filho vir ajudá-la na cozinha, despertar o interesse pelas atividades dos outros”, destaca. Além disso, é possível observar as atividades dos filhos ou de algo que é preciso atenção redobrada. “A mãe consegue visualizar o que o filho está fazendo, o que também é fundamental”, salienta.
 
 

ALERTA Quando se opta por espaços integrados, é mais complicado ter uma privacidade para fazer algumas atividades que exijam mais concentração, como estudar ou trabalhar. Uma alternativa apontada por Fabiana é criar colunas para separar os ambientes, mas mantendo a fluidez. “As brises, por exemplo, ficam lindas e elegantes”, aconselha a designer.
 
Caso a privacidade seja algo importante para a unidade de relações das pessoas que vão morar naquele lugar é preciso repensar. “Por isso, é fundamental considerar o perfil dos moradores antes de realizar um projeto de integração”, pondera Fernanda Berni.
 
Outro ponto a ser refletido na hora de planejar um espaço integrado é em relação à organização. Se os moradores não tiverem uma casa minimamente organizada, o conceito aberto pode gerar um caos.
“Há muitos recursos para aqueles que querem 'camuflar' algo no espaço integrado”, diz Berni. A designer dá dicas de alguns truques, porém é necessário sempre pensar em um leiaute mais funcional. “Na cozinha, por exemplo, pode-se optar por uma cuba mais profunda para que a louça suja não fique visível. Também há a calha úmida, acessório na bancada que faz o papel do escorredor, que fica no mesmo nível da bancada”, comenta.
 
Há também questões relacionadas ao ruído. “Se a opção é integrar home office com quarto, devemos pensar antes se há uma pessoa que dorme cedo e outra que trabalha até tarde com recurso de som. Isso não daria certo. Por isso, é fundamental uma profunda análise do perfil do cliente”, aconselha a designer de ambientes.

HARMONIA Não é só os espaços e suas funcionalidades que precisam de harmonia, para não ter problemas de conveniência. A decoração e disposição dos móveis e objetos devem ter a uma mesma linguagem nesses espaços. “Não necessariamente as mesmas cores. Mas o contexto deve ser o mesmo.
O ideal é usar uma base mais neutra comum a todos os ambientes”, sugere Fabiana Visacro. Dependendo dos ambientes que estão sendo integrados, é importante demarcar com pisos diferentes para setorizar. “Mas a ideia de um piso único também é interessante justamente por valorizar a integração”, recomenda.
Em geral, os ambientes têm que ter um mesmo conceito, tanto de estilo quanto de cor. “Um exemplo é ter uma cozinha rústica e uma sala de jantar integrada mais moderna; não ficaria bom. É essencial pensarmos em cor, padrão de material de acabamento e estilo do mobiliário”, conclui Berni.

* Estagiário sob a supervisão 
da editora Teresa Caram
 
 
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