Jornal Estado de Minas

PREVENÇÃO

Na pandemia, saúde precisou se adequar para manter segurança dos pacientes



A pandemia de COVID-19 colocou à prova a segurança sanitária de hospitais e clínicas de atendimento médico. E, justamente por isso, medidas protetivas precisaram ser adotadas, a fim de não colocar pacientes saudáveis em risco e, ao mesmo tempo, atender com atenção e humanidade os doentes, sejam eles contaminadas pelo Sars-Cov-2 ou acometidos por doenças de base e/ou outras patologias.




 
“O novo coronavírus expôs aos nossos governantes, população, profissionais da saúde, instituições hospitalares e operadoras de planos de saúde, questões essenciais que, embora relacionadas a cuidados pessoais simples, impactaram na evolução da pandemia e atingiram com força a todos. Tivemos que aprimorar rotinas, fluxos e linhas de cuidados para lidar com algo novo, desconhecido e com uma dinâmica inusitada com ondas e tendências atípicas de evolução. Tudo isso com a pressão da urgência e sem perder a prática do cuidado”, declara a médica cardiologista e diretora do Biocor Instituto, Erika Vrandecic.
 
Neste cenário, o Biocor Instituto, segundo a diretora, reforçou os grupos multidisciplinares médicos e epidemiológicos, de forma integrada e com reuniões diárias; deu a necessária agilidade aos estudos e análises dos protocolos sanitários emitidos pelos órgãos oficiais de saúde pública e, de acordo com as autoridades municipais, estaduais e federais, aplicou os cuidados mais adequados aos pacientes contaminados pelo novo coronavírus. Além disso, o hospital aplicou medidas protetivas para manter o atendimento de casos não suspeitos mais seguro.
 
“Colocamos em prática um fluxo assistencial específico e seguro para os pacientes, de forma a reduzir riscos de exposição e contato entre pacientes sujeitos a cuidados pertinentes à COVID-19 e os demais pacientes que procuram ou fazem seus acompanhamentos médicos e procedimentos eletivos no Biocor”, destaca Erika Vrandecic, que pontua, ainda, que o centro médico se dedicou a oferecer um treinamento adequado aos profissionais, bem como equipamentos de proteção.




 
Cadeiras demarcadas e cabines protegidas são algumas das medidas tomadas pela Axial, laboratório de medicina diagnóstica (foto: Alliar/Divulgação)
 
 
“Adotamos todas as medidas de segurança previstas e reconhecidas cientificamente, como o uso de capote descartável, máscaras N95, exames periódicos e aprimoramento das medidas de conscientização básicas, como higienização das mãos. Inclusive, fizemos uso de um robô que percorre a instituição instruindo e verificando a execução correta de boas práticas."


Além disso, "aprimoramos ainda mais nossos protocolos de limpeza e desinfecção de ambientes, adotando práticas de pulverização de áreas internas, melhorias no sistema de filtros no ar, adquirindo novos exaustores com filtros, purificando o ar e promovendo o descarte do ar em local seguro”, detalha.
 
Protocolos sanitários adotados no Biocor Instituto para manter os atendimentos médicos e oferecer segurança aos pacientes (foto: Arquivo/Instituto Biocor)


Todas as medidas, segundo a diretora do Biocor, são acompanhadas, em tempo real, pela Comissão de Epidemiologia do hospital.


“Dessa forma, otimizamos ao máximo a capacidade no enfrentamento da pandemia e a efetividade de resposta. Assim, conseguimos estabelecer uma excelente gestão para atender nossos pacientes, acompanhantes e familiares, bem como os profissionais da saúde, principais responsáveis pelos atendimentos”, avalia Erika Vrandecic.




 
Na Axial, clínica e laboratório de medicina diagnóstica, conforme Lenio Gavio, diretor médico da instituição, foi criada a Comissão de Qualidade e Comitê de Crise para cuidar, dia a dia, dos desdobramentos da pandemia.

Foi assim que medidas de segurança e higienização foram implementadas em todas as clínicas e laboratórios da companhia para atender os pacientes de forma segura.
 
“Para criar um ambiente seguro e eficiente, criamos o formato drive-thru para oferta dos testes de diagnóstico de COVID-19 e análises clínicas. Essa ação, somadas às medidas de reforço com a higienização dos equipamentos e treinamento dos colaboradores, tornaram as idas às unidades de diagnóstico mais seguras."

Outros serviços reforçados durante a pandemia foram o ‘Axial na sua Casa’, incluindo exames de análises clínicas, ultrassonografia e testes cardiológicos, e o sistema de laudo on-line para que as pessoas pudessem ser atendidas e terem acesso ao diagnóstico sem sair de casa, comenta.




 
Além disso, Lenio Gavio destaca que a Axial instaurou uma restrição no número de acompanhantes – em casos especiais, é permitido um acompanhante – e implantou sinalizações para manter o fluxo de clientes seguro.

Cabines individuais de acrílico também foram instaladas nas recepções da clínica, assim como totens de álcool em gel. Na sala de espera, as cadeiras foram demarcadas, a fim de manter o distanciamento social.

Humanismo


“Sentimos, e muito, a perda de pacientes em razão da COVID-19. Sabemos que ainda teremos um longo caminho a trilhar, mas trabalhamos incessantemente para nos preparar ainda mais e cada vez melhor no atendimento da população", afirma Erika Vandrecic.

Segundo ela, as medidas publicadas nas três esferas – federal, estadual e municipal – têm buscado ordenar as medidas de isolamento social e trazer um alento face à grave situação social, econômica e financeira que nos avizinha, porém ainda são tímidas e insuficientes frente a gravidade da pandemia e de seus efeitos devastadores.




 
É neste sentido que a diretora do Biocor pontua que as iniciativas privadas se apresentam como complementares, dando um suporte adequado às medidas adotadas, assim como o atendimento humanizado. Segundo ela, a associação deste elemento à precisão técnica e aos protocolos sanitários é essencial.

“Nesse momento de pandemia, continuamos prestando nossos serviços oferecendo à sociedade alta tecnologia e tratamento humanizado. Temos a percepção de que a saúde não pode ser tratada como um mero fator exclusivamente político ou econômico, mas como valor humano”, justifica.


Insegurança



Os números da COVID-19 tendem a influenciar a população a ter mais receio de seguir com os exames de rotina ou tratamentos mais complexos. A autônoma Sheila Ramos, de 51 anos, além de precisar se consultar regularmente em razão das doenças de base – diabetes e hipertensão –, necessitou de assistência médica de emergência devido a dores renais.



Na época, ela recebeu o diagnóstico de cálculos nos rins. “Tive muito medo. Sempre que preciso me consultar fico aflita, pois faço parte do grupo de risco e temo muito por uma contaminação.”
 
Ela relata que, apesar dos receios, se manteve calma, uma vez que percebeu e viu a dedicação e emprenho de médicos e redes hospitalares para manter o atendimento o mais seguro possível.

“Sempre tomo todos os cuidados, e ter isso por parte das clínicas e hospitais também acalma. Me sinto mais segura, mas, ainda assim, o medo se instala. Não tem jeito, é do momento”, completa.
 
Lenio Gevio destaca que, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a área de saúde como um todo entende que ainda é momento de ficar em casa e manter as regras de isolamento social, mas sem deixar o tratamento e/ou a prevenção de outras doenças de lado.

“É preciso continuar cuidando da saúde e acompanhando quadros clínicos de doenças crônicas. É crucial que a sociedade esteja consciente e sinta-se segura de ir aos médicos, clínicas e laboratórios para não adoecer por outras razões.”
 
Apesar do momento difícil e crítico imposto pela pandemia, a necessidade de adaptações e novas medidas sanitárias pode representar um avanço no atendimento prestado. “Vivemos um momento sem precedentes recentes e precisamos aprender com ele, e quando há mudanças como essas, produtos e serviços são, naturalmente, aprimorados para atender às novas demandas”, destaca Lenio Gavio. *Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram




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