Esses trabalhos envolvem investimento de R$ 2 milhões em sistema de parcerias, que incluem, além do laboratório norte-americano, o Instituto Butatan, programa Fapesp (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é de vacinar 30 milhões de cães durante a campanha anual de vacinação contra a raiva. O Instituto Butatan pretende investir R$ 5 milhões na nova fábrica.
Segundo comunicado do Instituto Butatan, a vacina deverá ser submetida ao controle do Ministério da Agricultura, depois de respondida questões como: quantas doses do medicamento serão necessárias para imunizar cada cão, por quanto tempo a vacina será ativa e qual a forma mais econômica de produzi-la levando em conta o universo a receber as doses.
Conhecida também por calazar, essa doença é provocada pelo protozoário da família Tripanosoma, gênero Leismania e espécie leishmania chagasi, que evolui no interior do tubo digestivo do inseto transmissor, conhecido como mosquito-palha, birigui, asa-branca, tatuquira e cangalhinha e nome científico de lutzomyia longipalpis. A transmissão da doença ocorre por meio da picada desse inseto, que tem hábitos noturnos e vespertinos. Quandosugam o sangue de animais infectados, esses insetos acabam levando a doença para os seres humanos.
Como atacam as vísceras, atingindo, por exemplo, o fígado e o baço, um dos sintomas é o inchaço abdominal, além de febre, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, abatimento extremo, apatia e palidez. Na América Latina, há relatos da doença em 12 países e 90% dos casos são registrados no Brasil. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, a doença vem se disseminando a partir de focos isolados do Nordeste para outros regiões do país, com surtos verificados no Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Em São Paulo, há casos em humanos desde 1999.
Por enquanto, não há vacina para evitar a doença. Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento é realizado, gratuitamente, com o uso de medicamentos específicos, repouso e boa alimentação, explica a nota da Secretaria. Anualmente, são registrados 3.500 casos e os registros em que a doença levou a pessoa a morte atingiu 7,5%, em 2006 , mais do que o dobro da média de anos anteriores (3,1%).
A doença é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das seis maiores endemias, infectando cerca de 2 milhões de pessoas no mundo todo.