A delegada Martha Rocha foi anunciada na noite desta terça como a nova chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Allan Turnowski deixou o cargo após reunião com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Martha será a primeira mulher chefe da corporação. A decisão da saída de Turnowski ocorreu um dia depois das acusações dele contra o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), Claudio Ferraz, colaborador da Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que prendeu o ex-subchefe de Polícia Civil, Carlos Oliveira, homem de confiança de Turnowski.
Além de fechar a Draco na noite de domingo com policiais armados o último ato dele como chefe de Polícia Civil foi defender em entrevistas a exoneração de Ferraz e apresentar documentos sem perícia como prova de uma suposta extorsão. Martha é delegada há 21 anos. Com nome de miss, ela entrou para a polícia por acaso, atraída pelo salário. Era professora primária, quando, em 1983, foi aprovada no concurso para escrivã de polícia. Seis anos depois, já formada em Direito pela (Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), virou uma das primeiras mulheres delegadas da cidade. Martha é solteira, sem filhos. Atualmente ocupava a chefia da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM). Martha foi Subchefe da Polícia Civil, em 1999, e corregedora da Polícia. Ela tentou, sem sucesso, entrar para a política. Foi candidata a deputada estadual em 2006 e vice na chapa de Jorge Bittar (PT) na eleição para Prefeitura do Rio em 2004. Durante o famoso episódio do sequestro do ônibus 174, no Rio, em 2000, Martha era delegada da 15ª DP, na Gávea, responsável pelo inquérito que apurava a morte de Geisa Gonçalves. Por indiciar o então comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), coronel José Penteado, sob a acusação de homicídio culposo, foi transferida para a delegacia da Barra.