Uma jaguatirica estará no Sambódromo do Anhembi no carnaval deste ano. Ela será levada pela Escola Tom Maior. A agremiação pretende usar ainda um segundo animal - uma suçuarana ou um lagarto. Embora os felinos estejam ameaçados de extinção, a entidade não pretende pedir autorização para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por temer que ela não seja concedida. Veterinários consideram a exposição dos animais “absurda” e dizem que eles podem até morrer por estresse.
A Tom Maior, que vai homenagear a cidade de São Bernardo do Campo e pretende ainda trazer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, justificou a presença dos animais. “Queremos fazer uma brincadeira e passar a mensagem da preservação”, disse o presidente da agremiação, Marko Antonio da Silva.
Ainda não está claro se as feras vão ou não desfilar. Silva deu duas versões sobre a atuação dos bichos. No domingo, garantiu que eles desfilariam e a documentação havia sido enviada ao Ibama. Ontem, o presidente afirmou que os animais não entrarão na avenida. “Eles vão ficar em jaulas com rodinhas e vão até a concentração.” A ideia é que os animais fiquem antes da comissão de frente. Assim que o desfile começar, as jaulas seriam levadas para outro ponto da concentração.
Silva ainda garantiu ontem que não vai pedir autorização ao Ibama, apesar de ela ser obrigatória. “A ideia é não falar, porque eles não vão autorizar e vão estragar nosso feito”. Segundo o Ibama, a Tom Maior precisa de autorização do órgão para o transporte dos animais ao sambódromo e eles devem viver em criadouro registrado no instituto.
A São Paulo Turismo (SPTuris), responsável pela organização do carnaval paulistano, diz que o caso deve ser analisado pela Liga das Escolas de Samba. Já o regulamento do carnaval é omisso em relação ao caso.