Jornal Estado de Minas

Mesmo após depoimento, PF continua apuração no RJ

Agência Estado
Mesmo após o depoimento do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a Polícia Federal (PF) continua a investigação sobre o suposto vazamento de informações do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski. Ele foi indiciado na semana passada por ter ligado para o inspetor de polícia, Christiano Gaspar Fernandes, e avisado sobre uma investigação da PF. No depoimento, na tarde de terça-feira, Beltrame esclareceu que não mencionou nenhuma investigação federal para Turnowski e apenas orientou o chefe da Polícia Civil para que checasse a denúncia sobre um traficante, que estava sendo vítima de extorsão cometida por policiais civis, em novembro do ano passado, durante a ocupação do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Os investigadores federais querem saber por que Turnowski ligou cinco vezes para o inspetor no mesmo dia. Chefe do Serviço de Investigação da 22ª Delegacia de Polícia da Penha, o inspetor Fernandes era ligado ao ex-sub chefe de Polícia Civil Carlos Oliveira, que também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e se entregou na Superintendência da PF no dia 11 de fevereiro, data da deflagração da Operação Guilhotina. Junto com o pai Ricardo Afonso Fernandes, o inspetor é apontado como líder da milícia que cometia extorsões contra moradores da Favela Roquete Pinto, em Ramos. Além disso, ele é apontado na denúncia do Ministério Público do Rio à Justiça como um dos operadores do esquema de "espólio de guerra", no qual policiais se apropriavam de armas, munições, drogas e bens de traficantes e vendiam para quadrilhas rivais. Com grande trânsito na Polícia Civil, Christiano é acusado na denúncia do MP do Rio por ter roubado armas apreendidas em operações policiais, entre 2005 e 2008, nos morros do Urubu e do São Carlos, na zona norte da cidade.