O juiz da 32ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Guilherme Schilling Pollo Duarte, contestou a decisão do Ministério Público do Rio de enviar o inquérito sobre violação de sigilo profissional do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, para o Juizado Especial Criminal (Jecrim), que julga crimes menores, cujas penas vão de seis meses a dois anos de detenção. Em despacho interno, o juiz criminal não declinou da competência do caso e enviou os autos à Promotoria do 2º Juizado Especial Criminal do MP, para que o promotor analise o material e avalie se enviará o caso de vazamento de informações ao Jecrim ou à Vara Criminal.
Em sua decisão, o juiz contesta a argumentação do coordenador das centrais de inquérito do MP do Rio, Homero das Neves, e afirma que "o simples argumento de que as ligações que resultaram no indiciamento teriam ocorrido quatro meses antes da deflagração da chamada 'Operação Guilhotina' não exclui o potencial dano decorrente do vazamento de informações". A decisão do MP deve ocorrer depois do carnaval. O MP do Rio informou que vai se pronunciar após receber o relatório do juiz. O ex-chefe de Polícia Civil foi indiciado por vazamento de informações ao inspetor Christiano Gaspar Fernandes, preso na Operação Guilhotina e acusado de vender armas e informações a traficantes, além de atuar com milicianos na Favela Roquete Pinto, em Ramos, na zona norte da cidade.