A Bahia corre o risco de nova epidemia de dengue, alerta o governo do Estado, por causa da presença do sorotipo 4 do vírus da doença, que foi detectada em dois pacientes de Salvador. Segundo a Secretaria de Saúde (Sesab), é a primeira vez que o sorotipo é identificado na Bahia. Ainda não se sabe como o novo vírus chegou à capital, já que nenhum dos dois infectados, homens de 27 e 30 anos, residentes de áreas periféricas da cidade, havia viajado recentemente. Os dois pacientes, que foram atendidos com suspeita de dengue ainda antes do carnaval, estão recuperados da doença. De acordo com o chefe de gabinete da Sesab, Washington Couto, "a entrada do sorotipo coloca o Estado sob risco de nova epidemia". O temor é que se repita a situação verificada em 2009, quando 123,6 mil habitantes foram infectados pela doença - e 67 pessoas morreram -, por causa do avanço do sorotipo 2 da dengue na Bahia. No Estado, existe a predominância do tipo 1 do vírus e a estação chuvosa coincide com o outono e o inverno, quando os dados relativos ao contágio da dengue costumam avançar com mais rapidez.
"A presença de um novo tipo de vírus na Bahia faz com que toda a população esteja vulnerável à doença, mesmo quem já contraiu a dengue de outros tipos", explica Couto, acrescentando que um segundo contágio eleva os riscos de desenvolvimento de formas graves da doença, como a dengue hemorrágica. "É fundamental que as pessoas colaborem no combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti". De acordo com ele, um mutirão de combate ao inseto será realizado em abril, em Salvador e em outros municípios com alto risco de desenvolvimento de surto da doença no Estado. Segundo a Vigilância Epidemiológica do Estado, 198 dos 417 municípios baianos correm risco "alto" ou "muito alto" de sofrer epidemia de dengue, por causa dos índices de infestação predial pelo mosquito Aedes aegypti superiores a 1% - o máximo aceitável de acordo com padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram notificados, até 12 de março, 9.584 casos suspeitos de dengue no Estado este ano, número 17,9% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (11.679). Três mortes causadas pela doença foram confirmadas pela Sesab na Bahia este ano, duas no sul do Estado (Jequié e Porto Seguro) e uma na região metropolitana de Salvador (Madre de Deus).