Jornal Estado de Minas

Atirador usava preto, luvas e colete à prova de balas

BBC
- Foto: Reprodução/TV GloboO coronel Djalma Beltrami, comandante do 14° batalhão de Bangu, responsável pelas operações policiais na região da escola Tasso de Oliveira, disse que o Wellington, o atirador, chegou calmamente à escola e conversou com professores, se apresentando como palestrante. Ele então começou a atirar.

O atirador estava vestido preto, usava luvas e um colete à prova de balas, disse o coronel.

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Beltrami também confirmou à Globonews que Wellington deixou uma carta de despedida, segundo ele, “ilógica”, com teor "fundamentalista" e "várias frases desconexas". Entre outras coisas, o homem teria dito que era portador do vírus HIV.

O porta-voz da Polícia Militar, coronel Ibis Pereira, disse à rádio Estadão ESPN que a carta não tinha "nenhum sentido", contendo "palavras que não guardam nenhuma relação lógica, mas que sinalizam um desvio profundo de personalidade e uma demência religiosa."

Segundo Pereira, a carta dava a entender que Wellington Menezes "via algum tipo de impureza nas crianças."
Pereira disse que o homem entrou na escola "fortemente municiado", portando duas armas, uma de calibre 38 e outra de calibre 32, além de diversos recarregadores, e estava "determinado a fazer uma grande matança".

O porta-voz confirmou que, depois de ser atingido por um tiro dos policiais, Wellington cometeu suicídio usando uma de suas pistolas.

O corpo do atirador já foi retirado da escola e encaminhado ao Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.

Disparos

Em entrevista à Globonews, o sargento Alves, primeiro a entrar na escola durante o ataque, disse que participava de uma operação perto da escola quando um garoto ferido pediu socorro.

Ao entrar na escola, o sargento disse ter viu Menezes saindo de uma sala em direção ao terceiro andar da escola.

O policial afirmou ter então atirado no homem, que caiu e, em seguida, deu um tiro em sua própria cabeça.
Uma funcionária da escola disse à rádio BandNews que Wellington Menezes disparou cerca de cem tiros contra os alunos.

"Parecia que a escola estava caindo, parecia bomba. Uma professora saiu gritando, dizendo que tinha um homem atirando, mas ninguém acreditou. Depois saímos correndo. Foram de 50 a cem tiros, nunca vi coisa igual."

A mulher disse ainda que funcionários e alunos conseguiram sair pela garagem da escola e buscaram refúgio na casa de vizinhos.

O diretor da escola municipal disse à rádio CBN que Wellington Menezes havia visitado a escola há pouco tempo e conversado com professores.