“Ele produziu uma chacina para gerar uma grande comoção", afirmou.
Nesta quinta-feira, o atirador Wellington Menezes de Oliveira disparou contra alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, de onde fora aluno, e depois cometeu suicídio. Pelo menos 11 pessoas foram mortas.
‘Imitação’
Na opinião de Silvia Ramos, o incidente no Rio de Janeiro tem um “caráter imitativo muito evidente” em relação a episódios ocorridos nos Estados Unidos.
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De acordo com a socióloga, o fato de Wellington Menezes ter realizado o crime em uma escola, onde a “inocência total” está simbolizada e as crianças estão indefesas, aumenta o choque da população, assim como o fato de o alvo primordial ter sido meninas, que representam pelo menos dez dos mortos.
“Isso aumenta o caráter de covardia, o sentimento de impotência. É muito chocante e produz um sentimento de indignação muito forte”, diz Ramos.
De acordo com a cientista social, a perplexidade é mais forte porque o Brasil não tem histórico de episódios desse tipo com esta dimensão.
“É muito surpreendente pelo formato, não faz parte da nossa cultura”, disse.
Ela diz que, apesar de o Brasil ter a sexta maior taxa de homicídios do mundo, os crimes costumam ser associados a dinâmicas interpessoais ou do crime organizado.
"Neste caso, o crime parece dialogar com o mundo midiático."
“O Brasil parou, o governador parou, o nome dele vai ser falado, a foto vai sair em todos os jornais. O episódio é um ato de grande repercussão, e nesse sentido tem um caráter terrorista. Amanhã todos os pais que têm filhos em escolas vão estar aterrorizados", disse a pesquisadora.