Jornal Estado de Minas

Carta pode indicar que atirador sofria de algum distúrbio psíquico

Cristiane Silva
O atirador que invadiu uma escola na zona oeste do Rio de Janeiro e matou 13 crianças na manhã desta quinta-feira, cometendo suicídio em seguida, possivelmente sofria de alguns distúrbio. É o que afirma a psicóloga especialista em psicanalítica das instituições, Cleide Rodrigues. Ela leu a carta que foi encontrada com o autor do crime, Welington Menezes de Oliveira, de 23 anos, e explicou que o documento não é suficiente para traçar um perfil completo dele, embora indique alguns aspectos. “Ele fala de adultério, castidade, todo esse fundamentalismo. É comum ver delírios com esse tipo de conteúdo. A pessoa diz que tem uma missão a cumprir, que pode livrar o mundo do pecado. Juntando o que já foi dito na mídia sobre o comportamento dele, sua história de vida e a carta, a grosso modo, pode-se dizer que ele sofria de algum distúrbio psíquico”, analisa.
Confira a íntegra da carta


Ainda de acordo com a psicóloga, mesmo se Welington fosse uma pessoa normal, a carta e o próprio ato criminoso mostram que ele não estava em seu juízo perfeito. “Ele não se mostra angustiado na carta, não fala em culpa ou revolta, nem de um motivo. É como se estivesse cumprindo algo que foi ditado para ele. Essa coisa de falar dos pais é muito forte na carta dele. Se ele estivesse em sã consciência teria pensado também nos pais das vítimas”, explica Cleide Rodrigues, que trabalha com crianças e jovens em um abrigo na Região Metropolitana.

Infográfico mostra como foi a chacina