O Estado de Minas conversou com alguns pais e profissionais de ensino da rede pública e particular sobre o massacre no Rio de Janeiro. Indignação, susto, preocupação, medo e até surpresa foram as reações. A empresária Silvana Kalil, de 45 anos, nunca imaginou que esse tipo de tragédia pudesse ser registrada no Brasil, pois é mais comum nos Estados Unidos. A filha, Eduarda, de 6, está estreando em um colégio, já que sempre estudou em escolinhas, e isso despertou mais atenção na mãe. “Fico com certo receio agora, com todos esses acontecimentos, ainda mais em uma escola com um número maior de alunos, mais movimentação de pessoas”, diz.
A publicitária Letícia Correia, de 40, confessa ter ficado apavorada com a notícia e credita esse tipo de comportamento do atirador ao ‘lema’ da nova geração de que ‘tudo pode’. “A falta de limite que vemos hoje é muito clara. Isso preocupa. Estou muito assustada”, expôs.
A diretora e professora de uma escola estadual, Marilda Gobira, diz que a violência é algo inerente à sociedade e faz parte da vida das escolas também, especialmente nas periferias. “Estou cansada de ouvir colegas comentando casos de alunos que entram armados e tal. Sou a favor de colocar detector de metais na entrada de alguns colégios, mas tem que saber até que ponto isso não fere o direito do outro”, salienta.
Fato isolado
Já o analista de sistemas Mário Jorge Torres, de 47, que é carioca, revelou que, por ter morado muitos anos em sua cidade natal, está acostumado com a violência, mas não deixa de se mostrar chocado com o sangrento episódio. “Vejo como um fato isolado, mas é claro que causa comoção, indignação. Porém, não estou mais ou menos preocupado com a segurança do meu filho na escola por causa disso”, declarou. Outro pai, Cleudson de Almeida, 45, também não vê ligação da chacina no Rio com a escola. “Foi uma fatalidade, que poderia ter ocorrido em qualquer lugar. Acho errado ficarem alardeando o fato, porque pode até estimular outras pessoas a cometerem a mesma coisa”, argumentou.