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Estado de Minas

Parentes de vítimas do acidente da Air France querem que governo acompanhe resgate de corpos


postado em 08/04/2011 12:56 / atualizado em 08/04/2011 13:05

Parentes dos 58 brasileiros que morreram no acidente com o avião da Air France, em junho de 2009, querem que o governo acompanhe de perto o resgate dos corpos das vítimas e dos destroços do Airbus A330. Eles também querem que a Aeronáutica, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ajude o Ministério Público Federal a investigar as causas do acidente com o voo 447. O avião caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo.

“Estamos pedindo o apoio das autoridades brasileiras porque, desde o acidente, temos sentido que o órgão francês responsável pelas apurações [o Escritório de Investigações e Análises sobre Aviação Civil, em francês BEA] não tem nos fornecido todas as informações”, afirmou o presidente da Associação das Famílias e Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho.

Nesta sexta-feira, ao longo do dia, Marinho se reunirá em Brasília com um assessor da presidenta Dilma Rousseff, com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o chefe do Cenipa, brigadeiro José Pompeu Brasil.

Marinho adiantou à Agência Brasil que a prioridade da associação é convencer Jobim e a presidenta sobre a importância de disponibilizar técnicos do Cenipa para ajudar o procurador Anderson Vagner Góis dos Santos, responsável pelo inquérito criminal que corre na Procuradoria da República em Pernambuco, a interpretar as informações contidas no relatório de cerca de 750 páginas, entregue pela associação em março deste ano.

“O procurador quer apurar tudo, mas ele chegou a um ponto em que, por falta de conhecimentos específicos, não consegue interpretar os documentos que eu mesmo trouxe da França e que contêm informações fornecidas por sindicatos, pilotos e especialistas. Precisamos do Cenipa, que é o órgão competente”, afirmou Marinho, garantindo que os documentos indicam que as aeronaves modelo A330 da Airbus têm problemas de fabricação e que a Air France não fazia a adequada manutenção de sua frota.

A associação também exige que um representante brasileiro acompanhe o resgate dos destroços e dos corpos na condição de observador. “Temos que ter observadores do governo na hora da retiradas dos corpos, dos destroços e na investigação, pois não acreditamos que os franceses vão criar provas contra si mesmos. Pedimos que um representante da associação também esteja presente, mas o BEA resiste a essa ideia”.

Para Marinho, os corpos que eventualmente forem resgatados dos destroços localizados segunda-feira (4) devem ser levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Recife (PE) e não para a França, como alguns parentes chegaram a comentar em entrevistas a veículos de comunicação. Marinho também descartou que, mesmo a pedido de parentes, o corpo de alguma das vítimas seja deixado no fundo do mar. “A lei tem que ser cumprida e os corpos resgatados”.

Segundo as autoridades francesas, a operação de resgate dos corpos e das partes da fuselagem do Airbus A330, avistadas a uma profundidade de 4 quilômetros, deve começar entre três e quatro semanas.


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