Jornal Estado de Minas

Parentes ainda não compareceram ao IML para liberar corpo de atirador de Realengo

Agência Brasil Paula Sarapu
- Foto: Reproducao TV/ABRO corpo do atirador Wellington de Oliveira, que matou 12 crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, continua no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro. Desde que o corpo chegou ao IML, nenhum parente compareceu ao local para reconhecer e assinar sua liberação para sepultamento.
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Segundo a Polícia Civil, os parentes terão até 15 dias, contados a partir da data de entrada do corpo no IML, para assinar sua liberação. Caso contrário, Wellington de Oliveira será enterrado como indigente.

Para tentar entender tudo o que se passou dentro da escola e o que levou Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, a cometer o crime bárbaro na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, a polícia iniciou depoimentos para tentar traçar um perfil do jovem. Além de alunos e funcionários do centro de ensino onde ocorreu o massacre, a polícia fluminense convocou parentes do atirador para depor. O primo de consideração Luciano André Pereira dos Santos, de 24 anos, que morou com Wellington até 2009, contou que o rapaz era antissocial, ficava trancado no quarto e não se relacionava com ninguém. Segundo ele, há 10 anos, Wellington foi jogado por colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira dentro de uma lata de lixo porque sofria discriminação.

Luciano também contou que Wellington ficou mais estranho depois do atentado às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. “Desde aquele dia, Wellington assistia repetidamente à gravação das imagens do atentado e começou a se autointitular fundamentalista. Ele dizia a todos que ia jogar um avião no Cristo Redentor e até treinava com um jogo de computador que ensinava como pilotar um avião”, afirmou Luciano.

Ele disse que o primo não quis mais trabalhar depois de ser demitido de uma fábrica de alimentos, no ano passado, e que soube do barbeiro de Wellington que o rapaz deixou a barba crescer até o peito. “Ele passava pelos moradores e se dizia adepto de Bin Laden, por isso, colocaram nele esse apelido.” Em depoimento, Luciano disse ainda que Wellington chegou a comentar com o barbeiro que as pessoas se assustavam com ele.

Luciano e Wellington não se viam havia cerca de dois anos, desde que a avó de Luciano Dicéa Menezes de Oliveira, que adotou Wellington, morreu de infarto aos 72 anos. À polícia, Luciano disse que sempre achou que o primo faria algo de muito ruim e que, depois da morte da mãe adotiva, Wellington passou a beber muito e fumar cigarros. Ele foi adotado com 2 meses de vida porque a mãe biológica era esquizofrênica. “Mesmo no enterro da minha avó, que era tia da mãe de Wellington, ele ficou quieto em um canto, sem qualquer emoção. Era um homem frio, distante de todos os irmãos”, contou Luciano.


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