Em quatro dias, pais de pelo menos 20 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, pediram a transferência de seus filhos para outras unidades, informou na manhã desta segunda-feira o diretor do colégio, Luis Marduck. Na escola, 12 crianças morreram baleadas no último dia 7, quando Wellington Menezes de Oliveira atirou contra estudantes em salas de aula.
O diretor considerou o número baixo e disse que alguns já até desistiram do pedido. Ele informou que no início da tarde de hoje, alunos do 9º ano retornam à escola para participar apenas de atividades lúdicas ligadas à pintura e à poesia. Nesta terça-feira, os demais alunos, de um total de 1.150 estudantes, também devem voltar à unidade para as mesmas atividades.
Inconformada, a recepcionista Renata dos Reis Rocha, mãe das gêmeas Brenda e Bianca, de 13 anos, esteve na escola, na manhã de hoje, pela primeira vez após a tragédia para buscar o histórico escolar de Brenda. Ela disse que a menina está bastante traumatizada, pois presenciou a morte da irmã.
A recepcionista também reclamou da falta de segurança na escola. “Eu, que sou mãe, nunca pude levar uma merenda na sala para minhas filhas. Como um estranho conseguiu entrar e fazer tudo isso?”, questionou. Ela disse que uma assistente social foi até sua casa, mas que ela não quis conversar com a profissional.
No último sábado, cerca de 50 ex-alunos e voluntários pintaram de branco o muro da escola. O dinheiro para comprar o material, como tinta e pincéis, foi fornecido pela prefeitura do Rio.