Liderado por salva-vidas, o movimento dos bombeiros segue dividido e sem a principal liderança, após a prisão do cabo Benevenuto Daciolo, no último sábado, no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, em uma reunião tensa, os representantes de 12 associações de classe dos bombeiros tentaram fechar acordo para uma pauta de reivindicações conjunta com os ativistas das manifestações. No entanto, a prioridade dos militantes é a libertação dos 439 presos.
Os dirigentes de entidades insistem em uma campanha pela aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 300, que equipara os vencimentos dos policiais bombeiros de todo o País com os do Distrito Federal (DF). Os representantes de associações dos clubes de soldados, sargentos e oficiais chamam de inexequíveis as propostas dos salva-vidas, que reivindicam, além da liberdade para os presos, piso salarial de R$ 2 mil e vale transporte. "Queremos conquistas palpáveis e não uma campanha como a da PEC 300", afirma um dos ativistas do movimento, que escapou do cerco da PM no sábado e prefere não revelar o nome. O movimento dos bombeiros foi iniciado há 3 meses por 30 salva-vidas por equipamentos, como protetor solar e óculos de sol. As reivindicações foram ignoradas pelo Governo do Rio e pelas associações de classe, que, por conta disso, foram impedidas de se manifestar nas assembleias dos grupamentos marítimos. No entanto, os bombeiros de combate ao fogo concordaram com a luta pelo piso de R$ 2 mil e aderiram ao movimento.