Líderes do movimento grevista dos bombeiros que continuam acampados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) disseram nesta terça-feira que não vão negociar com o novo comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, enquanto os 439 militares presos não forem soltos. Ontem, Simões anunciou estar disposto a receber os líderes com as reivindicações, para que ele mesmo possa fazer a negociação com o governo do Estado.
Segundo um dos líderes da manifestação, sargento Paulo Edson, não há o que apresentar ao comandante. "Já conhecem todas as nossas reivindicações, de salário e melhores condições de trabalho. Só sentaremos para conversar quando nossos companheiros forem libertados, até porque há lideranças do movimento que estão detidas", disse o bombeiro. Cerca de 15 manifestantes passaram a madrugada em frente à Alerj. Eles estão lá desde domingo e prometem sair somente quando os bombeiros presos forem soltos.
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A "tomada" do quartel foi mencionada pela primeira vez no dia 25 de maio, em um comentário anônimo a uma publicação que convoca para o "dia D": "Vamos entrar no Quartel Central e ficar lá até o governo nos dar o piso de R$ 2 mil". Poucos minutos depois, mais um comentário anônimo: "Agora vamos para cima deles. Todos nós vamos para o Quartel Central".
No mesmo dia, novos comentários reforçam a ideia: "No dia 3 vamos para o Quartel Central e de lá só saímos com o aumento". Na quinta-feira passada, um novo comentário menciona a invasão. Um usuário que se identifica como "Sd GV Revoltado" escreveu "amanhã vamos tomar o Quartel e fazer nascer um novo CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro)".