A greve dos bombeiros do Rio de Janeiro por melhores salários e condições de trabalhou ganhou força com a criação da Frente Unificada das Entidades de Classe da Segurança Pública do estado. Os representantes dos policiais civis e militares anunciaram que vão participar das manifestações organizadas pelos grevistas. Nesta quarta-feira, eles estiveram reunidos com o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, quando prometeram apresentar uma proposta para elevar o piso salarial dos bombeiros e policiais militares para R$ 2.900.
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Um dos participantes da reunião com o coronel Simões, o presidente da Associação de Cabos e Soldados dos Bombeiros, Nilo Guerreiro, disse que a proposta de elevar o piso salarial da categoria para R$ 2.900 será apresentada nos próximos dias. Ele afirmou que chegaram a esse valor com base em estudo feito sobre a defasagem salarial dos militares nos últimos anos. “A proposta será apresentada oportunamente, uma vez que fomos recebidos nesta quarta-feira como representantes de classe. Agora, vamos discutir o que ocorreu na reunião para chegarmos a um consenso.”
Segundo Simões, as negociações têm sido positivas e sua missão é manter o diálogo entre os envolvidos na negociação. “Quando a gente fala em negociação, parece que tenho poder de resolver todos os problemas. O que estou fazendo é ouvir cada um dos setores envolvidos. E eles que apresentem suas propostas para vermos quais são os pontos convergentes.”
Enquanto negociam com o governo, os bombeiros recebem novas adesões ao movimento. Depois do anúncio da criação da Frente Unificada das Entidades de Classe da Segurança Pública, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro, Fernando Bandeira, afirmou que a categoria participará das manifestações que os bombeiros e seus familiares estão fazendo nas escadarias da Assembleia Legislativa do RJ. Além disso, eles estão programando um ato público conjunto na sexta-feira (10) e uma passeata na Praia de Copacabana, no domingo (12).
Apesar do encontro com o comandante-geral da corporação, os representantes das categorias garantiram não vão abrir mão de negociar diretamente com o governador Sérgio Cabral.
A Defensoria Pública do estado, por sua vez, entrou com pedido de relaxamento e de liberdade provisória dos 439 bombeiros presos. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, o pedido está sendo analisado pela Auditoria Militar.