Os 429 bombeiros e dois policiais militares detidos após a invasão do Quartel Central da corporação no Rio de Janeiro, no dia 3, deverão comparecer nesta quarta-feira à Auditoria da Justiça Militar para serem citados no processo em que foram denunciados pelos crimes de motim e dano ao patrimônio. A juíza da auditoria, Ana Paula Monte Figueiredo, recebeu anteontem a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP-RJ).
Atendendo ao pedido do MP-RJ, o processo foi desmembrado em três: um contra os 14 bombeiros considerados líderes do movimento, um contra os PMs e o último envolvendo os demais detidos. De acordo com o defensor público do Estado, Luiz Felipe Drummond, que representa todos os denunciados, a medida está prevista no Código Penal Militar, já que entre os "supostos líderes" há oficiais que devem ser julgados por militares de patente superior. "Vamos tentar descaracterizar a denúncia. Pelo que tivemos conhecimento até agora, pelo auto de prisão em flagrante, o MP-RJ não possui elementos suficientes para sustentar as acusações. Não individualizaram ou descreveram bem os crimes", disse. Segundo o defensor, o argumento a ser utilizado pela defesa é o de que "não houve crime, no máximo um excesso no momento da manifestação".
A assessoria de imprensa do MP-RJ informou que os promotores que assinam a denúncia, Isabella Pena e Leonardo Cuña, preferiram não se pronunciar.