Um dia após a ocupação da comunidade da Mangueira pelas forças de segurança pública, o clima é de aparente tranquilidade na região. Cerca de 180 policiais permanecem ocupando as vias de acesso e o interior da favela. Ontem (19), 750 policiais militares, civis e federais entraram na comunidade com o intuito de implantar a 18a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na capital. Apesar de a grande maioria dos cerca de 20 mil moradores preferir não comentar a operação, a expectativa é que a qualidade de vida aumente na região. O comerciante Romildo dos Santos, dono de um bar em uma das entradas da favela, acredita que a condição de vida da comunidade irá melhorar com a chegada dos serviços públicos à região.
''Eu acho que vai melhorar. Vai ter mais coisa aqui, até lazer. Limpeza, água, esgoto, quadras e áreas de lazer'', disse o comerciante. Muitos moradores também acompanham o trabalho da prefeitura do Rio que, por meio da Secretaria Especial de Ordem Pública, realiza a Operação Choque de Ordem. Desde domingo, 50 agentes retiraram 20 veículos abandonados, derrubaram 15 construções irregulares sob o viaduto da Mangueira que serviam como botecos e desfizeram 23 ligações de luz irregulares. Segundo o secretário municipal de Ordem Pública, Alex Costa, a intenção é reorganizar os espaços, reduzindo a degradação e fazendo ocupações de maneira racional e democrática. Ele ressaltou que estão em estudo alternativas para os comerciantes que ocupavam espaços irregulares e perderam seus negócios. ''A gente está conversando com os comerciantes para dar uma alternativa a essas pessoas que ocupavam áreas de forma irregular. Será estudado caso a caso para ver de que maneira a gente pode possibilitar uma eventual legalização de um determinado comércio'', informou. Cerca de 90 técnicos da Rioluz já estão no local e trabalham na reformulação e manutenção da iluminação. Sessenta garis da Companhia de Limpeza Urbana atuam na retirada de entulhos e lixo das principais ruas. A segurança na comunidade, localizada próxima ao Estádio do Maracanã, é considerada estratégica para a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.